quinta-feira, 12 de maio de 2022

PURIFICAÇÃO[1]

 

Miramez

 

A sociedade dos homens de bem será um dia expurgada dos malfeitores?

− A Humanidade progride. Esses homens dominados pelo instinto do mal, que se encontram deslocados entre os homens de bem, desaparecerão pouco a pouco como o mau grão é separado do bom quando joeirado. Mas renascerão com outro invólucro. Então, com mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tens um exemplo nas plantas e nos animais que o homem aprendeu como aperfeiçoar, desenvolvendo-lhes qualidades novas. Pois bem: é só depois de muitas gerações que o aperfeiçoamento se torna completo. Esta é a imagem das diversas existências do homem.

Questão 756/O Livro dos Espíritos

 

A humanidade progride constantemente. Se dizemos que os Espíritos maus nascem no meio da sociedade, para dos bons receberem exemplos dignificantes, também afirmamos que onde haja muito endurecimento eles são retirados para lugares com que mais se afinam por sentimentos. É qual a lentilha endurecida: as outras cedem ao cozimento, mas, ela permanece sem o devido amolecimento. Então, é retirada e lançada ao monturo, para que ali seja transformada de acordo com a ação da natureza.

Também no seio dos povos são colocados Espíritos rebeldes para assimilarem as lições dos civilizados, mas, com determinado tempo, se não desejaram aprender, são retirados pelos processos que a vida conhece e usa, para lugares que lhes são próprios, onde há dor e ranger de dentes. Onde o amor é ofertado com carinho e não é aceito, a dor impõe meios duros e amacia a alma para depois compreender o que aprendeu com a cordialidade, a fraternidade e o carinho.

Nos mundos habitados, estão espalhados escolas diversas, em que, no fundo, se encontram os mesmos fundamentos educativos estatuídos por Deus. Certamente que os homens animalizados no seio dos homens de bem, e que perduram no mal, são removidos. Eles deverão desaparecer, não se destruir, porque o Espírito é imortal. Eles devem se modificar por meios talvez violentos, se persistirem na violência e no esquecimento do bem, na purificação dos seus sentimentos.

Observemos no campo, a lavoura: os agricultores escolhem as sementes boas para melhor plantio e melhor colheita. Essa seleção atinge também os animais, e chega aos homens. Com as bênçãos de Deus, tudo melhora, tudo cresce para a vida de luz. Essa purificação nos custa caro, no entanto, esse caro passa a nos ser alegria porque, depois da conquista da luz, a felicidade é eterna dentro da eternidade de Deus.

Observemos a humanidade que se encontra na Terra; o planeta está passando por um ciclo de purificação e nesse estágio as bênçãos de Deus se fazem sentir, de modo a dar oportunidades a falanges e mais falanges de Espíritos das trevas, grandes devedores, para ressarcir seus compromissos. É por isso que a humanidade se encontra em desespero, as civilizações alteradas nas suas estruturas, mas isso é por pouco tempo, porque os que não assimilarem as lições serão chamados para mundos inferiores. Somente os bons e os arrependidos herdarão a Terra.

Vivemos momentos de purificação. Lembremo-nos do movimento "hippie". Onde estão eles?

Vieram e passaram como um raio. Se a filosofia se esquece do trabalho como base, é mentirosa, e não se sustenta se não se alicerçar no labor permanente.

Seja como for, as leis da Terra têm algo das leis do céu. Quando uma sociedade passa a desobedecer ao regime do seu país, entra em desarmonia e surge a confusão no seu seio. As leis são freios, assim como o travão é para domar a brutalidade do animal.

Vamos ouvir Tiago, no capítulo três, versículo três, nesta referência sublime:

Ora, se pomos freios nas bocas dos cavalos para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro.

A lei é como que um freio que se ajusta à cabeça, para dirigir o corpo todo, até mesmo o corpo social. Os obedientes vivem melhor onde quer que seja, e melhor ainda os que amam, no esforço de melhorar. Somando todas as virtudes, obtém-se na equação divina a maior das virtudes: o amor.



[1] Filosofia Espírita – Volume 15 – João Nunes Maia

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