Miramez
Pode-se, através de cuidados dispensados a tempo, renovar
os laços a se romperem e devolver à vida um ser que, sem esses recursos,
morreria realmente?
‒ Sim, sem dúvida, e
disso tendes provas todos os dias. O magnetismo é, nesses casos, muitas vezes,
um meio poderoso, porque dá ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era
insuficiente para entreter o funcionamento dos órgãos.
A letargia e a catalepsia
têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do
movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Elas diferem entre si
em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral, dando ao corpo
todas as aparências da morte, e na catalepsia é localizada e pode afetar uma
parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a deixar a inteligência livre
para se manifestar, o que não permite confundi-la com a morte. A letargia é
sempre natural; a catalepsia é às vezes espontânea, mas pode ser provocada e
desfeita artificialmente pela ação magnética. (Allan Kardec)
Questão 424/O Livro dos Espíritos
O assunto focalizado pela
pergunta quatrocentos e vinte e quatro, com a sua magistral resposta é muito
interessante. Ela focaliza um tema a que se dá muita esperança, mostrando que o
Espírito tem poderes extraordinários, desde quando se empenhe em fazer o bem
com consciência dentro do saber e do amor.
Em muitos casos, quando o
encarnado está prestes a desencarnar e se encontra com mãos generosas, pode-se
mudar completamente o quadro dessa situação, pois, o médium generoso é capaz de
assimilar o fluido universal, transformando-o em magnetismo animal e, se em
torno de si existem companheiros de alta linhagem espiritual, é possível
levantar caídos, curar enfermos e mesmo reatar laços quase a serem desfeitos.
O magnetismo pode muito em
diversos casos. Ele tem o poder de fazer circular a força vital em corpos já
desfalecidos por carência de tal energia. É nesse sentido que recomendamos o
passe bem orientado, a água fluidificada, a leitura nobre e conversações
edificantes.
Jesus, o Mestre dos mestres,
conhecedor de todos os segredos da vida humana, dava apenas uma ordem ao
moribundo e restabelecia todas as funções dos seus órgãos em decadência.
Assim fazia com os cegos,
leprosos e mesmo com os tidos como mortos. Era a força poderosa da Sua mente,
carregada de magnetismo divino.
A Doutrina Espírita, com a sua
valiosa função de fazer reviver o cristianismo, orienta todos os interessados
em melhorar seu padrão vibratório, para franquearem suas qualidades
espirituais, para que possam sentir em suas mãos a força espiritual de curar
enfermos e dar esperança aos que sofrem. E a fonte de todas essas esperanças se
encontra no amor. Os tempos estão chegando; o chamado de Jesus se aproxima mais
das criaturas, no sentido de amarem e aprenderem. O mundo espiritual
responsável pela educação dos povos não está procurando feitos exteriores nas
criaturas da Terra e, sim, incentivando-as para a melhoria íntima. É a transformação
dos seus hábitos perniciosos, em virtudes elevadas, que as levarão para a paz
de consciência.
Sejamos instrumentos de alegria
para os tribulados, mas, para tanto, é necessário que nos preparemos, educando
nossos pensamentos com o Senhor da vida. Seja nossa boca profusão de luzes;
sejam nossas mãos bênçãos de Deus semeando paz e tranquilidade por onde
passarmos. Quantos enfermos existem no mundo precisando de mãos santas, para
que o toque seja feito por amor, sem esquecermos as palavras que podem ajudar
no restabelecimento da harmonia em todos os seus corpos, que sofrem todos os
tipos de padecimentos! Devemos também reatar laços que já estão se
desestruturando em todas as áreas da vida, tanto espiritual quanto de amizades,
para que a fraternidade cresça em todos os rumos e possa levantar a fé nas
criaturas, abrindo caminhos para um novo mundo, onde brilharão novas estrelas e
novo céu. Cada vida que ativarmos para o bem será um ponto de luz a nosso
favor. Não nos esqueçamos dessa verdade, mas, isso sempre deve ser feito sem
exigências, nas linhas do amor mais puro, como sendo a caridade bem conduzida,
em cujos caminhos se reflete a alegria mais elevada.
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