quinta-feira, 30 de setembro de 2021

REATAR LAÇOS[1]

 

Ressuscitação de Lázaro

Miramez

 

Pode-se, através de cuidados dispensados a tempo, renovar os laços a se romperem e devolver à vida um ser que, sem esses recursos, morreria realmente?

‒ Sim, sem dúvida, e disso tendes provas todos os dias. O magnetismo é, nesses casos, muitas vezes, um meio poderoso, porque dá ao corpo o fluido vital que lhe falta e que era insuficiente para entreter o funcionamento dos órgãos.

 

A letargia e a catalepsia têm o mesmo princípio, que é a perda momentânea da sensibilidade e do movimento, por uma causa fisiológica ainda inexplicada. Elas diferem entre si em que, na letargia, a suspensão das forças vitais é geral, dando ao corpo todas as aparências da morte, e na catalepsia é localizada e pode afetar uma parte mais ou menos extensa do corpo, de maneira a deixar a inteligência livre para se manifestar, o que não permite confundi-la com a morte. A letargia é sempre natural; a catalepsia é às vezes espontânea, mas pode ser provocada e desfeita artificialmente pela ação magnética. (Allan Kardec)

Questão 424/O Livro dos Espíritos

 

O assunto focalizado pela pergunta quatrocentos e vinte e quatro, com a sua magistral resposta é muito interessante. Ela focaliza um tema a que se dá muita esperança, mostrando que o Espírito tem poderes extraordinários, desde quando se empenhe em fazer o bem com consciência dentro do saber e do amor.

Em muitos casos, quando o encarnado está prestes a desencarnar e se encontra com mãos generosas, pode-se mudar completamente o quadro dessa situação, pois, o médium generoso é capaz de assimilar o fluido universal, transformando-o em magnetismo animal e, se em torno de si existem companheiros de alta linhagem espiritual, é possível levantar caídos, curar enfermos e mesmo reatar laços quase a serem desfeitos.

O magnetismo pode muito em diversos casos. Ele tem o poder de fazer circular a força vital em corpos já desfalecidos por carência de tal energia. É nesse sentido que recomendamos o passe bem orientado, a água fluidificada, a leitura nobre e conversações edificantes.

Jesus, o Mestre dos mestres, conhecedor de todos os segredos da vida humana, dava apenas uma ordem ao moribundo e restabelecia todas as funções dos seus órgãos em decadência.

Assim fazia com os cegos, leprosos e mesmo com os tidos como mortos. Era a força poderosa da Sua mente, carregada de magnetismo divino.

A Doutrina Espírita, com a sua valiosa função de fazer reviver o cristianismo, orienta todos os interessados em melhorar seu padrão vibratório, para franquearem suas qualidades espirituais, para que possam sentir em suas mãos a força espiritual de curar enfermos e dar esperança aos que sofrem. E a fonte de todas essas esperanças se encontra no amor. Os tempos estão chegando; o chamado de Jesus se aproxima mais das criaturas, no sentido de amarem e aprenderem. O mundo espiritual responsável pela educação dos povos não está procurando feitos exteriores nas criaturas da Terra e, sim, incentivando-as para a melhoria íntima. É a transformação dos seus hábitos perniciosos, em virtudes elevadas, que as levarão para a paz de consciência.

Sejamos instrumentos de alegria para os tribulados, mas, para tanto, é necessário que nos preparemos, educando nossos pensamentos com o Senhor da vida. Seja nossa boca profusão de luzes; sejam nossas mãos bênçãos de Deus semeando paz e tranquilidade por onde passarmos. Quantos enfermos existem no mundo precisando de mãos santas, para que o toque seja feito por amor, sem esquecermos as palavras que podem ajudar no restabelecimento da harmonia em todos os seus corpos, que sofrem todos os tipos de padecimentos! Devemos também reatar laços que já estão se desestruturando em todas as áreas da vida, tanto espiritual quanto de amizades, para que a fraternidade cresça em todos os rumos e possa levantar a fé nas criaturas, abrindo caminhos para um novo mundo, onde brilharão novas estrelas e novo céu. Cada vida que ativarmos para o bem será um ponto de luz a nosso favor. Não nos esqueçamos dessa verdade, mas, isso sempre deve ser feito sem exigências, nas linhas do amor mais puro, como sendo a caridade bem conduzida, em cujos caminhos se reflete a alegria mais elevada.



[1] Filosofia Espírita – Volume 9 – João Nunes Maia

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