Miramez
A união entre o Espírito e o corpo é definitiva desde o
momento da concepção? Durante esse primeiro período o Espírito poderia
renunciar a tomar o corpo que lhe foi designado?
‒ A união é
definitiva, no sentido em que outro Espírito não poderia substituir o que foi
designado para o corpo, mas, como os laços que o prendem são mais frágeis,
fáceis de romper, podem ser rompidos pela vontade do Espírito que recua ante a
prova escolhida. Nesse caso, a criança não vinga.
Questão 345/O Livro dos Espíritos
O Espírito que se ligou com os
primeiros laços na formação do seu futuro corpo, por vezes pode renunciar, e
daí surgir o aborto chamado natural. A união, em princípio, é definitiva,
porém, esta na vontade do Espírito reencarnante ficar ou deixar de ficar com a
vestimenta em formação. Como há várias formas de procedimentos, neste caso
influi muito o estado de evolução da alma.
Há, entretanto, muitos abortos
provocados que estão ligados às provações do Espírito e a ignorância dos
homens. Crime dos crimes, impedir uma criança de nascer! Estamos em um mundo de
provações dolorosas e em um fim de tempos violento, de sorte a apurar os
sentimentos do bem, despertando por todos, os meios a força poderosa das
virtudes em estado latente dentro das criaturas. O apelo que fazemos a todos os
casais é que deixem as crianças nascer. As desculpas de que os tempos são
outros que a vida não comporta tanta criança, encobrem outros pensamentos, onde
a vaidade e o egoísmo imperam, porquanto os mais pobres deixam que elas venham
ao mundo com alegria. Eis porque os ricos, fala Jesus, dificilmente entrarão no
reino dos céus. Fechar as portas ao renascimento dos Espíritos, é fechar as
portas à própria felicidade. Como será, quando soar o momento da volta para os
que fecharam as portas para os outros? Permita Deus que o Evangelho de Jesus
seja logo pregado em toda parte, pelo exemplo, de modo a mudar as leis da
Terra, para que elas fiquem em sintonia com as leis do céu.
Há também casos de reencarnação
inconsciente, esse que o Espírito não tem outra alternativa a não ser nascer. É
uma imposição da natureza, onde as leis de Deus se fazem presentes.
Uma reencarnação amplamente
consciente do que se pretende fazer é muito rara, somente para Espíritos de
alta envergadura, que passam pela porta estreita de um novo nascimento com
alegria de viver, sabendo que irão prestar um serviço de relevância à
humanidade.
Um Espírito, quando escolhido
para reencarnar em um corpo, não pode ser substituído por outro depois que os
laços já foram ligados. Essa ciência é divina. Somente os instrutores
espirituais elevados podem fazer os laços fundirem-se na matéria, os quais, com
o aconchego do Espírito, modificam sua composição, alinhavando a matéria mais
grosseira à quintessenciada vestimenta da alma, cuja vida o Espírito dá.
As trocas de corpo que certos
espiritualistas afirmam, em que um Espírito pode trocar de corpos adultos, são
sonhos, por enquanto, no mundo em que habitam. Os laços do Espírito
desligando-se, desvitalizam o corpo somático e esse se esvai, entrando em
decomposição imediata. Em comparação fraca, é como que um cano de água na
distribuição deste líquido sagrado nas casas e ruas: quando se fura ou se danifica
em vários lugares o líquido se perde, não chegando ao destino.
Procuremos Jesus em todas as
Suas assertivas evangélicas, para que tenhamos a fé, que irá nos ajudar a não
recuarmos no momento da reencarnação, incentivando-nos a prosseguir com ânimo,
cumprindo os nossos deveres e compreendendo nossos destinos, assimilando todas
as lições de que precisamos para o futuro. Que nesses transes de vidas e mais
vidas possamos fazer definitivamente a união com Deus e Cristo, pelos canais da
consciência e do coração.
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