Por Rogério Coelho
Multiplicam-se as academias de
ginástica nas quais as criaturas esgotam-se na busca da boa forma física. Sem
dúvida, é um esforço louvável! Mais importante, porém, é a verdadeira busca dos
valores realmente legítimos e imperecíveis do Espírito. Assim, urge
providenciarmos nossa matrícula na Academia
do Espírito, a fim de exercitarmo-nos na terapia do refazimento da alma.
Dentre os módulos do currículo, destacam-se duas matérias da mais alta
importância para o nosso aformoseamento Espiritual: a meditação e a oração.
Segundo apontamentos de Joanna
de Ângelis[2]:
A meditação é
recurso valioso para uma existência sadia e tranquila.
Através dela o homem
adquire o conhecimento de si mesmo, penetrando na sua realidade íntima e
descobrindo inexauríveis recursos que nela jazem inexplorados.
Meditar significa
reunir os fragmentos da emoção num todo harmonioso que elimina as fobias e as
ansiedades, liberando os sentimentos que encarceram o indivíduo,
impossibilitando-lhe o avanço para o progresso.
As compressões e
excitações do mundo agitado e competitivo, bem como as insatisfações e
rebeldias íntimas, geram um campo de conflito na personalidade, que termina por
enfermar o indivíduo que se sente desagregado.
No revigoramento das
disposições otimistas
Algumas instruções singelas são úteis para quem deseje renovar as
energias, reoxigenar as células da alma e
revigorar as disposições otimistas para a ação do progresso espiritual.
A respiração calma, em ritmo tranquilo, e profundo, é fator
preponderante para o exercício da meditação.
Logo após, o relaxamento dos músculos, eliminando os pontos de tensão
nos espaços físicos e mentais, mediante a expulsão da ansiedade e da falta de
confiança.
Em seguida, manter-se sereno, imóvel quanto possível, fixando a mente
em algo belo, superior e dinâmico, qual o ideal de felicidade, além dos limites
e das impressões objetivas.
Por esse processo, há uma identificação entre a criatura e o Criador,
compreendendo-se, então, quem se é, por que e para que se vive.
Não é momento de interrogações do intelecto, ou da meditação; é de
silêncio.
Não se persegue um alvo à frente; antes se harmoniza no todo.
Não se aplicam métodos complexos ou conceitos racionais; porém, se
anula a ação do pensamento para sentir, viver e tornar-se luz.
O indivíduo, na sua totalidade, medita, realiza-se, libera-se da
matéria, penetrando na faixa do mundo extrafísico.
Os pensamentos e sentimentos, inicialmente, serão parte da meditação,
até o momento em que já não lhe seja necessário pensar ou aspirar, mas apenas
ser.
Habitua-te à meditação, após as fadigas.
Poucos minutos ao dia, reserva-os à meditação, à paz que renova para
outros embates.
Terminado o teu refazimento, ora e agradece a Deus a bênção da vida,
permanecendo disposto para a conquista dos degraus de ascensão que deves
cavalgar com otimismo e vigor.
Conhece-te a ti mesmo, já enunciava Sócrates quase quatro séculos
antes de Jesus, propagando, assim, o conceito do sábio grego Sólon que vira
grafado no templo de Delfos na Grécia.
Através dos exercícios de
autoconhecimento[3],
vamos, pouco a pouco, trazendo à luz potencialidades da alma, que jazem
latentes sob a ganga de nossa ignorância; e assim, com nossos próprios recursos
vamos estabelecendo um padrão de equilíbrio, segurança e absoluta confiança em
nós mesmos, emancipando-nos em definitivo das fobias e ansiedades que pululam à
nossa volta.
O melhor de tudo isso será
constatar que, quando formos chamados para a Grande Olimpíada, estaremos aptos
a subir no pódio da definitiva alforria espiritual, quiçá recebendo uma contratação
para nos transferirmos para um Orbe feliz dos muitos que existem na Casa do
Pai.
[2] FRANCO, Divaldo Pereira. Alegria de viver. Pelo
Espírito Joanna de Ângelis. Salvador: LEAL, 1987. cap. 16.
______.
Autodescobrimento, uma busca interior. Pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador: LEAL, 1995.
[3] KARDEC, Allan. O
livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 33º ed. Rio de Janeiro:
FEB, 1974. pt. 3, cap. 12, questão 919ª.
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