Joanna de Ângelis[2]
Diante deles, os sofredores de
qualquer jaez, policia a conduta no ato de ajudá-los.
Tragam-te ao conhecimento
problemas econômicos, morais ou de saúde, não te revistas de falsa
superioridade, assumindo a aparência de benfeitor, com que poderás
constrangê-los, adicionando às já existentes, novas aflições.
Cada dificuldade se resolve
mediante recurso específico.
Não os padronizes, igualando
suas dores somente porque façam parte da imensa massa de padecentes da Terra.
Este deseja externar aflições e
receber amizade.
Aquele anseia por socorro
imediato através do pão ou do medicamento e, talvez, no desespero em que se vê
colhido, não disponha das palavras próprias, fazendo-se impertinente, rebelde,
inquieto.
Esse, ferido nos dédalos da alma
por dardos venenosos, está prestes a sucumbir e necessita de um amigo.
Aqueloutro, desarvorado por
inquietações psíquicas e emocionais, perdeu o contato com a realidade objetiva
e desvaira, ansiando por alívio.
Propõe-te solidariedade e
alcança-os com os teus sentimentos fraternos.
Não os objurgues, amargando o
pão que por acaso disponhas para ofertar-lhes.
Nada lhes exijas, em face da
moeda ou da palavra que lhes distendas.
Se te escassearem meios externos
com que lhes diminuas as penas, recorre ao auxílio espiritual sempre valioso: a
prece, a água fluidificada, o passe para a restauração das suas forças.
Sempre possuis algo para doar.
Há quem ajude avinagrando a
linfa da generosidade.
Muitos confortam e reprocham
simultaneamente.
Diversos socorrem e advertem,
chamando a atenção para a dádiva que dispensam.
Uns abrem os braços à dor, mas
não ocultam o enfado, a saturação logo nos primeiros tentames, isto quando não
exteriorizam o azedume e a censura rude.
Estão na provação hoje, os que
não souberam utilizar-se dos bens da vida com a necessária correção no passado.
Sofrem os que iniciam o processo
evolutivo por meio da dor-burilamento.
Batem-te à porta, buscam-te o
socorro, pedem-te compreensão. Não lhes recuses o amor.
* * *
Jesus recomendou-nos com a Sua
autoridade inconteste: “Batei e abrir-se-vos-á; buscai e achareis; pedi e
dar-se-vos-á”.
Se esperas encontrar à tua
disposição a Misericórdia Divina, amanhã, sê, agora, o mensageiro dela em
relação aos que te batem à porta, te pedem e te buscam, executando o mais
meritório esforço na caridade sem jaça: dar e dar-se sempre sem limite.
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