quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Calor da bondade leva a mais caridade do que o altruísmo[1]



Redação do Diário da Saúde

Como pedir doações para a caridade
Acenar com um aconchegante "calor interior" gerado pela ação caridosa pode ser mais eficaz do que enfatizar a importância de ajudar os outros quando o assunto é convidar pessoas para ajudar em obras filantrópicas.
Estudando um programa de caridade no Alasca, pesquisadores descobriram que as pessoas que receberam correspondências apelando para o seu senso de self foram mais propensas a doar do que aquelas que receberam mensagens apelando ao puro altruísmo.
Este resultado é sustentado por outras pesquisas, que já mostraram que o "calor da bondade" é real e aparece no cérebro.
Os pesquisadores fizeram uma parceria com um programa conhecido popularmente como "Escolha.Clique.Doe", que incentiva os moradores do Alasca a doar uma parte do dividendo anual que todos recebem pelas receitas da produção de petróleo do estado.
Durante a campanha de marketing que precede o período de doação, os pesquisadores designaram aleatoriamente 541.000 indivíduos em três grupos: um grupo controle e dois grupos de tratamento, que receberam correspondências diferentes, incentivando-os a doar.
Uma das mensagens apelava ao senso de self (si mesmo) dos leitores ("Aqueça seu coração"), enquanto a outra destacava a importância de ajudar os outros ("Faça o Alasca melhor para todos").

Calor da bondade
A mensagem mais pessoal ‒ apelando para o "calor da bondade" que as pessoas sentiriam após doarem ‒ foi a que fez a diferença.
Observando mais de US$ 3,1 milhões das doações resultantes ‒ mais de 26.000 pessoas dos três grupos fizeram doações ‒, os pesquisadores constataram que aqueles que receberam a mensagem "Aqueça seu coração" foram aproximadamente 4,5% mais propensos a doar ‒ se parece pouco, isso deu quase US$ 140 mil a mais.
Esses indivíduos também fizeram doações médias quase 20% maiores do que as do grupo de controle.
"Descobrimos que as mensagens são importantes. Mais especificamente, quando apelamos para o valor que o doador colherá, as pessoas deram mais do que quando apelamos para como os dólares ajudarão os destinatários. Esse resultado nos surpreendeu, mas é totalmente condizente com o modelo de doação 'aqueça seu coração': as pessoas doam em parte porque se sentem bem com o ato de doar," disse o professor John List, da Universidade de Chicago.

Checagem com artigo científico:
Artigo: Do Appeals to Donor Benefits Raise More Money than Appeals to Recipient Benefits?
Autores: John A. List, James J. Murphy, Michael K. Price, Alexander G. James
Publicação: NBER Working Papers
Vol.: 26559

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