terça-feira, 12 de novembro de 2019

SOBRE AS CRIAÇÕES FLUÍDICAS[1]




(Sociedade de Paris, 14 de outubro de 1864 – Médium: Sr. Delanne)

Falei, em poucas palavras, sobre os grandes mensageiros enviados entre vós para realizar sua missão de progresso intelectual e moral em vosso globo.
Se, nessa ordem, o movimento se desenvolve e assume proporções que notais a cada dia, um outro se realiza, não só no mundo dos Espíritos que deixaram a matéria, mas também importante na ordem material. Quero falar das leis de depuração fluídica.
O homem não só deve elevar sua alma pela prática da virtude, mas deve, também, depurar a matéria. Cada indústria fornece seu contingente a esse trabalho, porque cada indústria produz misturas de toda espécie; essas espécies liberam fluidos que, mais depurados, vão juntar-se na atmosfera a fluidos mais similares, que se tornam úteis às manifestações dos Espíritos de que faláveis há pouco.
Sim, os objetos procriados instantaneamente pela vontade, que é o mais rico dom do Espírito, são colhidos nos fluidos semimateriais, análogos à constituição semimaterial do corpo chamado perispírito, dos habitantes da erraticidade. Eis por que, com esses elementos, eles podem criar objetos conforme o seu desejo.
O mundo dos invisíveis é como o vosso. Em vez de ser material e grosseiro, é fluídico, etéreo, da natureza do perispírito, que é o verdadeiro corpo do Espírito, haurido nesses meios moleculares, como o vosso se forma de coisas mais palpáveis, tangíveis, materiais.
O mundo dos Espíritos não é o reflexo do vosso; o vosso é que é uma imagem grosseira e muita imperfeita do reino de além-túmulo.
As relações entre esses dois mundos sempre existiram.
Mas hoje é chegado o momento em que todas essas afinidades vos serão desvendadas, demonstradas e tornadas palpáveis.
Quando compreenderdes as leis das relações entre os seres fluídicos e os que conheceis, a lei de Deus estará próxima de ser executada; porque cada encarnado compreenderá sua imortalidade e, a partir de então, não apenas se tornará um ardente trabalhador da grande causa, mas, também, um digno servidor de suas obras.

Mesmer


Allan Kardec





[1] Revista Espírita – Maio/1865 – Allan Kardec

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