(Sociedade de Paris,
14 de outubro de 1864 – Médium: Sr. Delanne)
Falei, em poucas palavras, sobre
os grandes mensageiros enviados entre vós para realizar sua missão de progresso
intelectual e moral em vosso globo.
Se, nessa ordem, o movimento se
desenvolve e assume proporções que notais a cada dia, um outro se realiza, não
só no mundo dos Espíritos que deixaram a matéria, mas também importante na
ordem material. Quero falar das leis de depuração fluídica.
O homem não só deve elevar sua
alma pela prática da virtude, mas deve, também, depurar a matéria. Cada
indústria fornece seu contingente a esse trabalho, porque cada indústria produz
misturas de toda espécie; essas espécies liberam fluidos que, mais depurados,
vão juntar-se na atmosfera a fluidos mais similares, que se tornam úteis às
manifestações dos Espíritos de que faláveis há pouco.
Sim, os objetos procriados
instantaneamente pela vontade, que é o mais rico dom do Espírito, são colhidos
nos fluidos semimateriais, análogos à constituição semimaterial do corpo
chamado perispírito, dos habitantes da erraticidade. Eis por que, com esses
elementos, eles podem criar objetos conforme o seu desejo.
O mundo dos invisíveis é como o
vosso. Em vez de ser material e grosseiro, é fluídico, etéreo, da natureza do
perispírito, que é o verdadeiro corpo do Espírito, haurido nesses meios moleculares,
como o vosso se forma de coisas mais palpáveis, tangíveis, materiais.
O mundo dos Espíritos não é o
reflexo do vosso; o vosso é que é uma imagem grosseira e muita imperfeita do
reino de além-túmulo.
As relações entre esses dois
mundos sempre existiram.
Mas hoje é chegado o momento em
que todas essas afinidades vos serão desvendadas, demonstradas e tornadas
palpáveis.
Quando compreenderdes as leis
das relações entre os seres fluídicos e os que conheceis, a lei de Deus estará
próxima de ser executada; porque cada encarnado compreenderá sua imortalidade
e, a partir de então, não apenas se tornará um ardente trabalhador da grande
causa, mas, também, um digno servidor de suas obras.
Mesmer
Allan Kardec
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