sexta-feira, 15 de novembro de 2019

PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA NA VISÃO ESPÍRITA[1], [2]




Embora todas as liberdades públicas que a Monarquia desenvolveu no Brasil, a ideia de implantar a República no Brasil cresceu depois do dia 13 de maio de 1888 onde um membro da família real aboliu os escravos, ferindo assim os interesses particulares de todas as classes conservadoras.
No plano espiritual, Jesus reuniu as falanges benditas de Ismael e dos seus dedicados colaboradores e, como no Sermão da Montanha, anunciou que a Pátria do Evangelho (Brasil) estava atingindo a maioridade coletiva e por causa disso, profundas modificações assinalariam a sua parte social e política. As pátrias devem ter, como têm os indivíduos, direito a mais ampla liberdade de ação quando aprendem a exercitar seus próprios raciocínios. Que os trabalhadores de Ismael (zelador escolhido por Jesus para, juntamente com a sua falange, cuidar do progresso e o desenvolvimento do nosso país), deveriam espalhar por toda extensão territorial da pátria brasileira a Sua doutrina de redenção, de piedade e de misericórdia. Eles ensinariam aos Seus novos discípulos encarnados a paciência e a serenidade, a humildade e o amor, a paz e a resignação, para que a luta seja vencida pela luz e pela verdade. Deveriam abrir a estrada da revolução interior, cujo objetivo único é a reforma de cada um, sob o fardo das provas, sem ser indisciplinado perante as leis do mundo e sem usar armas homicidas.  A proclamação da República Brasileira deveria fazer-se sem derramamento de sangue. As mudanças deveriam se realizar acima de todos os cultos religiosos. E todas as conquistas deveriam estar fora da contaminação de qualquer intolerância ou intransigência religiosa. Os discípulos do Evangelho sofreriam os efeitos dolorosos da borrasca (temporal de pouca duração) em planejamento. Mas que Seus trabalhadores estariam a postos sustentando o Brasil espiritual. Que seriam Bem-aventurados todos os trabalhadores da seara divina da verdade e do amor, pois deles é o reino imortal do plano espiritual.
Assim, as falanges do Infinito, sob as bondosas determinações do Divino Mestre prepararam, então, o último acontecimento político, que se verificaria com o seu amparo direto e que constituiria a proclamação da República.
Todas as grandes cidades do país se entregam à propaganda aberta das ideias republicanas.
Os espíritos mais eminentes do país prepararam o grande acontecimento. Entre os organizadores, prevaleceram os elementos positivistas (membros da Igreja Positivista do Brasil, onde iniciou grande campanha abolicionista republicana), para que as novas instituições não pecassem pelos excessos da paixão sanguinolenta das intolerâncias religiosas e, a 15 de Novembro de 1889, com a bandeira do novo regime nas mãos de Benjamin Constant, Quintino Bocaiúva, Lopes Trovão, Serzedelo Corrêa, Rui Barbosa e toda uma plêiade de inteligências cultas e vigorosas, o Marechal Deodoro da Fonseca proclama, no Rio de Janeiro, a República dos Estados Unidos do Brasil e assume o poder no país.
O grande imperador recebe a notícia com amarga surpresa já que Deodoro era íntimo de seu coração e de sua casa. Os instantes de surpresa, contudo, foram rápidos. O nobre monarca não aceitou as sugestões dos apaixonados da Coroa no sentido da reação. Confortado pelas luzes do Alto, que não o abandonaram em toda a vida, D. Pedro II não permitiu que se derramasse uma gota de sangue brasileiro. Preparou rapidamente sua retirada com a família imperial para a Europa, obedecendo às imposições dos revolucionários e, com lágrimas nos olhos, rejeita as elevadas somas de dinheiro que o Tesouro Nacional lhe oferece, leva somente um pequeno travesseiro recheado de terra brasileira para poder ser enterrado com uma lembrança da Pátria do Cruzeiro que tanto amava.
Visitado pelo Visconde de Ouro Preto, no mesmo dia em que chegava à capital portuguesa, o imperador lhe declara com serena humildade:
Em suma, estou satisfeito...
E, referindo-se à sua deposição, acrescenta:
É a minha carta de alforria. Agora posso ir aonde quiser.
Naqueles amargurados dias, o generoso velhinho se encontrava às vésperas de desencarnar.
No Brasil, as forças militares que derrubaram a Monarquia, daria continuidade às tradições de amor e de liberdade.
Nunca a sua figura de chefe da família brasileira foi esquecida no altar das lembranças da Pátria do Evangelho, e não só no Brasil. O eminente político de Caracas, Dr. Rojas Paul, chamou em seu país o Cônsul-Geral do Brasil, Múcio Teixeira para dizer-lhe:
‒ Senhor Cônsul-Geral do Brasil, peça a Deus que a sua pátria, que foi governada durante meio século por um sábio, não seja doravante levada pelo tacão do primeiro ditador que se lhe apresente.
E, abraçando-o sensibilizado, concluiu:
Acabou-se a única República que existia na América – o Império do Brasil.


Observação: Dom Pedro II, com 67 anos, segue sozinho para Paris, onde fica hospedado no Hotel Bedford, onde passava o dia lendo e estudando. As visitas à Biblioteca Nacional era seu refúgio. Em novembro de 1891, doente não saia mais do quarto. Morre no dia 5 de dezembro de 1891, em consequência de uma pneumonia. Seus restos mortais são transladados para Lisboa, e depositado no convento de São Vicente de Fora, junto aos da esposa. Quando revogada a lei do banimento em 1920, os despojos dos imperadores foram trazidos para o Brasil e depositados na catedral do Rio de Janeiro em 1921. Em 1925, foram transferidos para Petrópolis.




[2] Resumo de Rudymara, baseado no livro "Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho", pelo Espírito Humberto de Campos e psicografado por Chico Xavier

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