Dilemar Neto
Existem dois principais caminhos
a escolhermos durante a nossa existência e as suas devidas consequências.
Podemos escolher o caminho do aprendizado e do esforço próprio, mais difícil
mas meritório e com consequências felizes; ou, pelo contrário, o caminho mais
fácil, que é o das paixões e da preguiça, que com certeza nos trará
consequências dolorosas.
A Doutrina Espírita tem como
maior objetivo nos fazer adquirir uma fé racional, ajudando-nos a mudar os
nossos posicionamentos perante as mais variadas situações da vida. Esta mudança
se dá quando procuramos pensar antes de agir ou de falar, raciocinando se
aquela atitude é correta ou não, se as consequências são boas ou ruins. Mas
para fazermos este julgamento de valores, devemos procurar conhecimentos em que
possamos basear nossas análises, para termos uma visão mais justa do conjunto
de fatos em que estamos inseridos.
O Evangelho de Jesus Cristo,
junto com a Doutrina Espírita, são os que nos oferecem as mais perfeitas
informações neste sentido, onde acharemos a fonte dos mais valiosos ensinos
morais e comportamentais, para a melhoria de nossa personalidade. Segue-se uma
lista das mais variadas qualidades morais, junto com os correspondentes
defeitos, para analisarmos as consequências de cada um deles em nossas vidas,
gerando, conforme o caminho que escolhermos, felicidade ou sofrimentos.
Humildade e Orgulho:
O orgulho é o maior dos defeitos e o mais difícil de ser combatido, pois ele
está no âmago do nosso ser. Dizem os espíritos superiores que é o último a ser
eliminado. Ele nos faz ter a falsa ideia de que somos melhores e superiores às
outras pessoas, e em alguns casos até mais que o próprio Deus. Ele dificulta
muito o aprendizado moral, pois o orgulhoso não está disposto a se melhorar
porque acha que não necessita disto. Este defeito se manifesta de várias formas
e maneiras: podemos encontrar dentro de nós o orgulho racial, profissional,
religioso, social entre outros. Às vezes temos até mesmo o orgulho de sermos
caridosos, de sermos espíritas, mas não devemos nos iludir e achar que somos
melhores que as outras pessoas. O melhor combate a este perigoso defeito é
adquirirmos a humildade, que se faz quando nos colocamos abaixo de Deus e
iguais aos nossos irmãos. O exercício da humildade se dá quando procuramos em
nós os defeitos que vemos nos outros, procurando aprender com tudo e todos que
estão em nossa volta.
Caridade e Egoísmo:
O Egoísta pensa primeiro em si, depois pensa nas necessidades dos outros, e é
isto exatamente que o mundo nos ensina atualmente. Se deixarmos o materialismo
tomar conta do nosso ser, iremos nos tornar uma pessoa do mundo, ou seja, um
egoísta de primeira. Para combater isto é necessário procurarmos compreender o
que a Doutrina fala a respeito da verdadeira caridade e vivenciarmos este
sentimento que vai trazer a felicidade para nós e para os que nos rodeiam. A
verdadeira caridade modifica o nosso posicionamento de vida, fazendo-nos
perceber que os nossos problemas não são os maiores e nem os mais importantes
do mundo. Onde vamos compreender as necessidades e os problemas dos nossos
semelhantes e trabalhar para melhorar este estado de coisas.
A solução dos maiores problemas da nossa sociedade seria a
prática da caridade cristã, onde o mais forte e preparado ajudaria e amparar o
mais fraco e o oprimido
Paciência e
Irritação: Irritação e nervosismo mostram bem a situação atual de
desequilíbrio por que passa a sociedade. Todos estão com pressa, correndo atrás
apenas de sua vida e de seus interesses. E se alguém ou algo atrapalha esta correria,
as pessoas se descontrolam e se atiram contra este obstáculo de uma forma
lamentável. Estes descontroles emocionais não só trazem consequências
espirituais funestas, como também causam graves males físicos.
Com a prática diária da paciência, que é a tranquilidade e
a calma perante os obstáculos ou às coisas que nos atingem, nós iremos cultivar
uma vida mais saudável, tanto no campo espiritual como na parte física.
Citamos a passagem de Jesus, do Evangelho de Mateus (6: 25-34),
onde o Mestre nos diz: "Não vos
inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, pois o dia de amanhã cuidará de si mesmo.
Basta a cada dia o seu mal".
Fé e Insegurança:
Nos ensina Kardec que a fé não é só religiosa, mas é sim um sentimento de força
de vontade, ou vontade de querer, que pode ser usado em todos os aspectos de
nossa vida. A fé nos dá a capacidade de usarmos os nossos atributos para
atingirmos certos objetivos. Ela tem que estar aliada à humildade, para
reconhecermos as nossas limitações e procurarmos superá-las. Já a fé religiosa
direciona todas as nossas capacidade para procurar somente o bem, dando-nos uma
confiança no futuro e na justiça de Deus. A Doutrina Espírita alia a este
sentimento a lógica e a razão, transformando este sentimento em fé racional,
que é o maior instrumento para combater as inseguranças que tomam conta do
nosso ser em alguns momentos de nossa vida.
Simplicidade e
Vaidade: A vaidade reflete em todos os aspectos do nosso ser e não somente
na aparência. Claro que devemos nos vestir de uma forma adequada ao lugar em
que estivermos indo. Para as mulheres não é proibido se arrumar ou usar
maquiagem ou joias. Também não é proibido cuidar do nosso corpo com exercícios
ou dietas. O que a Doutrina pede é que não haja exageros e que não se faça
disto o objetivo de nossa existência. Antes de tudo, deve-se pensar no
Espírito, e depois na saúde do corpo e então a boa aparência física será
consequência, pois o belo não é só aquilo que está na moda. É bom lembrar-nos
que a simplicidade é a atitude dos espíritos superiores, aqueles que já estão
despidos dos defeitos mais grosseiros.
Perdão e Mágoa:
A mágoa é um dos mais destrutivos venenos espirituais, trazendo prejuízos
incalculáveis ao ser. Jesus colocou uma grande ênfase ao perdão das ofensas,
porque Ele sabia que só assim poderemos evitar sofrimentos profundos, para nós
e os nossos companheiros de vida. E só se perdoa de verdade quando esquecemos
emocionalmente as ofensas recebidas, não relembrando mais os sentimentos
negativos que aquele ato gerou. Esta atitude é indispensável para a nossa saúde
mental, espiritual e física.
Indulgência e
Maledicência: A pessoa indulgente é aquela que é tolerante e compreensiva
para com os defeitos alheios. Não comenta levianamente os erros dos outros, e
sempre procura realçar o melhor lado das pessoas. Quando fala de um defeito ou
erro alheio, é sempre com caridade e benevolência e com objetivo de aprender ou
ensinar.
Disse Jesus: "Com
a medida que medirdes, vos medirão também" (Mateus, 7:2), para que
compreendamos que se falarmos mal de alguém, não poderemos reclamar quando
outros agirem da mesma forma conosco.
Mansidão e
Brutalidade: Jesus ensinou que precisamos ser como Ele, que foi manso e
humilde de coração. E ser manso é ser afável para com o próximo, evitando o
máximo a destemperança e a violência, mesmo em situações adversas. Nós que
pretendemos ser espíritas temos a obrigação de cultivarmos a mansidão, pois ela
é filha da racionalidade, viga mestra da Fé Espírita.
Obediência e
Revolta: A obediência aos desígnios da vida e às Leis de Deus é a condição
primordial para evitarmos um sentimento comum, que é a revolta perante as mais
variadas situações da vida. Ensinam-nos os espíritos evoluídos, que a melhor e
mais rápida maneira de passarmos por um período ruim é aceitarmos a situação, e
não reclamar dela, trabalhando incessantemente para melhorá-la. Revolta gera
desequilíbrio e desequilíbrio gera mais dor e sofrimento.
Razão e Ignorância:
A ignorância é a ausência de conhecimento e compreensão das coisas. E só iremos
superar a ignorância que mora dentro de todos nós, exercitando o que Deus nos
deu de mais valioso, que é a nossa inteligência. E ela deve ser usada a todo o
momento para analisarmos tudo o que iremos falar ou fazer, para evitarmos o
máximo os erros provenientes de nossa ignorância das situações vivenciadas por
nós. A razão ou racionalidade é o exercício deste ato, que deve ser contínuo e
diário. Só assim iremos aproveitar o máximo as oportunidades de aprendizado que
esta atual reencarnação nos oferece.
Seguindo estes importantes
princípios é que conseguiremos cumprir a nossa tarefa primordial aqui na Terra,
que é a de sairmos desta vida mais evoluídos e sábios do que entramos.
Fonte: Rede Amigo Espírita
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