Adriana Machado
Viver! Ato de respirar e
acreditar que podemos raciocinar sobre tudo o que está ao nosso redor. Afinal,
somos seres pensantes, não somos?
Esse conceito que trouxe é o
mais comum entre as pessoas que estão “existindo”, mas não vivenciando a sua
vida. E não podemos nos iludir e achar que são os outros os que existem sem
perceber-se, porque nós também fazemos isso.
Tive uma experiência que me mostrou
o quanto a gente se desconhece na intensidade de nossas emoções. Tive um
dissabor que me fez ver quantos recantos existem em mim que ainda não os tinha
explorado devidamente. Acreditando me conhecer, fiquei surpresa com a
intensidade das emoções e sentimentos que emergiram de um desses refúgios de
minha alma ainda em crescimento.
Parando para tentar me
harmonizar, pude flagrar qual seria o sentimento que servia de trampolim para o
meu desequilíbrio emocional, mas, mesmo o flagrando, precisei de tempo para
enfrentá-lo e, por fim, compreendê-lo.
Somos humanos e, mesmo estando
em nosso mundo interior, lutamos com garra para superarmos tudo o que já
construímos lá dentro tendo como alicerce a nossa ignorância de milênios.
Eram tantos pensamentos e emoções
que me sufocavam e atrapalhavam o meu raciocínio que me sentia incapaz de
colocar tudo em ordem sozinha.
Precisei de tempo e de amigos
para me escutarem, porque, falando, eu também me ouvia e raciocinava a
tempestade que se avolumava em mim. Por isso, falar com alguém em quem
confiamos nos ajuda, pois somos obrigados a organizar o pensamento para que o
outro possa compreender a nossa fala e a escutarmos os seus conselhos. E, como
tudo na vida é perfeito, se estivermos atentos ao que sai de nossa boca ou
passa pelo nosso campo mental, poderemos flagrar muitos terrenos inférteis a
serem trabalhados porque o nosso subconsciente aproveita esses momentos e
exterioriza algo mais sobre nós mesmos.
Pensem vocês em um barco
pequeno, em pleno oceano, enfrentando um temporal cataclísmico (dramático, não
é?). Era assim que eu estava me sentindo. Enfrentando o temporal, não vemos com
clareza, nos sentimos abandonados naquele mar revolto. Mas, seremos obrigados a
respirar em algum momento, e quando conseguirmos fazer isso, perceberemos que
temos todos os instrumentos para nos salvar: o barquinho, que somos nós e os
remos, que são o nosso querer.
Eu quis melhorar, eu quis
enxergar a situação de uma forma mais positiva, eu quis buscar o consolo nas
minhas crenças cristãs, aceitando que tudo está para o meu crescer e que nada é
injusto, só ajustável às minhas necessidades de criança em evolução.
O temporal se amenizou. Não foi
rápido! Passei todo o dia naquele barquinho, remando até chegar a alguma ilha.
Precisei dormir e acordar, acreditando que era um novo dia e que mais outras
provas viriam para que eu me reconhecesse, para que eu recordasse que tais
provas eram o significado de que a vida estava me dizendo que eu era capaz!
Precisei agradecer a Deus!
Com Ele, apoderei-me de novo do
meu ser, mesmo ainda sentindo os resquícios dessa luta: um coração mais
sobressaltado, um vestígio no peito das energias de angústia e incapacitação
que me deixei dominar no dia anterior, mas estava bem mais forte e corajosa
para continuar navegando em busca do crescimento e evolução de minha alma.
A boa notícia é que, apesar de
ainda cair nessas tempestades, hoje, já me vejo fora de muitas batalhas, porque
antes lutei nelas com afinco, mas somente as venci quando simplesmente me
permiti compreendê-las no contexto do meu viver. Percebo, mais do que nunca,
que a paz ainda é a resposta para as nossas “lutas” internas e será nela que a
compreensão se fará em nosso coração.
Apoderemo-nos de nós,
enfrentando os nossos medos e ignorância com a espada da compreensão e com o
escudo do entendimento sem temermos a nossa queda, porque “do chão não
passaremos” e sozinhos não estaremos.
[1] https://gecasadocaminhosv.blogspot.com/2018/10/apoderar-se-de-si-mesmo-uma-luta-que.html
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