Jorge Hessen - jorgehessen@gmail.com
São intoleráveis os abjetos
festivais de eventos “espíritas”, mormente grandiosos, inócuos e excludentes a
exemplo de seminários, congressos, simpósios, encontros “fraternos”, quase
sempre onerosos, soberbos, luxuosos, e constantemente destinados à elite “espírita”
aquinhoada.
Nos tais eventos entronizam-se
shows de oratória retumbantes (ocas de humildade), através de palestras
(algumas plagiadas), desgastadas, repetidas e supérfluas. Porém os líderes
espíritas atuais conservam-se sob a hipnose do “canto de sereia da fama ou da
santificação”, sempre de olho na arrecadação dos recursos financeiros para
desgastados programas sociais.
É óbvio que não estão no
legítimo caminho do Cristo!... Ouço com insistência nos diversos centros que
frequento sobre práticas consideradas estranhas e dispensáveis para a boa
difusão do Espiritismo.
Frequentei várias instituições
onde alguns divulgadores famosos são alcunhados (nos bastidores logicamente) de
"camelôs ambulantes do Espiritismo", porque negociam e ofertam suas
produções literárias (mediúnicas ou não), CD’s e DVD’s nos balcões de negócio
preparados para que após suas “palestras espetacularizadas” sejam vendidos em
“prol” do surrado assistencialismo “espírita” em que se vangloriam concretizar.
Tal modelo propagandista do
“Espiritismo” que ganhou relevo após a desencarnação do Chico Xavier é, sem
dúvida nenhuma, a deterioração da proposta dos princípios espíritas destinados
a todos, ao alcance de todos.
Observemos a entrevista que o
Chico Xavier concedeu ao Dr. Jarbas Leone Varanda e que foi publicada no jornal
uberabense “O Triângulo Espírita”, de 20 de março de 1977, republicada no Livro
“Encontro no Tempo”, organizado por Hércio M.C. Arantes e editado pela IDE em
1979. O amoroso Chico Xavier advertiu que
"é preciso fugir
da tendência à ‘elitização’ no seio do movimento espírita (...) o Espiritismo
veio para o povo. É indispensável que o estudemos junto com as massas mais
humildes, social e intelectualmente falando, e delas nos aproximemos (...). Se
não nos precavermos, daqui a pouco estaremos em nossas Casas Espíritas, apenas,
falando e explicando o Evangelho de Cristo às pessoas laureadas por títulos
acadêmicos ou intelectuais (...)”.
Lembro quando puliquei o artigo
“INDUSTRIALIZAÇÃO DE EVENTOS ESPÍRITAS ‘GRANDIOSOS’” [2], o
ex-reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora, e escritor espírita, José
Passini, afirmou:
Seu artigo, Jorge
Hessen, deveria ser eternizado em placa de bronze e distribuído às instituições
espíritas. Você acertou em cheio no monstro que desgraçadamente cresce em nosso
meio.
Certamente os Benfeitores espirituais,
conscientes dos despautérios sobre a desprezível “ELITIZAÇÃO DO ESPIRITISMO”
estejam nos alertando para um tempo de necessárias e urgentes mudanças.
É infame, muito deprimente
mesmo! Não é fácil testemunhar esse nefasto cenário sem utilizar o brado da
repulsa, através da voz (escrita) e sugerir mudanças. Sobre isso, faço a minha
parte destemidamente e sem amarfanhar a própria consciência.
É urgentíssimo dar um basta à
grave vocação elitista do movimento espírita brasileiro.
Em verdade, de duas, uma! Ou o
Espiritismo chega à massa dos espíritos visíveis (encarnados), especialmente os
“filhos do Calvário”, os deserdados, para justificar sua mensagem ou submergirá
no fosso profundo da hipocrisia e não haverá mais razão e nem legitimidade
divulgar o Evangelho através da Terceira Revelação.
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