sexta-feira, 3 de agosto de 2018

ANARQUIA[1]



Divaldo P. Franco

A anarquia é uma teoria política que rejeita a existência de um governo, conforme os melhores dicionaristas. Trata-se de uma ideologia que não é a favor de nenhum tipo de hierarquia ou dominação imposta.
O anarquista é alguém rebelde, de reações primárias, que somente se atribui direitos, permitindo-se desrespeitar as leis e os direitos dos demais. Portador de violência, compraz-se em desarticular tudo quanto se realiza em ordem e disciplina, estimulando outros portadores do mesmo distúrbio moral à agressividade e à destruição.
No dia 14 de julho recente, a França e o mundo recordaram a Revolução de 1789, iniciada com a queda da Bastilha, em Paris, que abriu para a humanidade entre outros valores, as liberdades democráticas, a queda do poder divino dos reis, o absolutismo do clero e das classes denominadas aristocráticas. É verdade que, mais tarde, em razão de alguns psicopatas, derrapou para os alarmantes dias do Terror.
O ideal dos filósofos revolucionários facultou a libertação de muitos povos que foram estimulados a tirar das costas o fardo da opressão...
Evocada com emoção e aplaudida pelo povo que acompanhou as celebrações promovidas pelas autoridades, no dia seguinte, com a vitória da França no campeonato mundial de football, os anarquistas, que não se puderam manifestar anteriormente com as forças da sua destruição, transformaram Paris em um caos, com a agressividade e a violência, arrebentando e incendiando casas comerciais, bancas de jornais, monumentos públicos, quais bárbaros sedentos de sangue e alucinados.
Foi um espetáculo dantesco e indigno de uma sociedade culta e civilizada, levando a graves e sérios prejuízos pessoas honestas e trabalhadoras, assim como ameaçando de agressão física a qualquer indivíduo que se lhes opusessem.
Infelizmente, espetáculos dessa natureza repetem-se amiúde, demonstrando o estágio primário em que muitas pessoas ainda se encontram.
Por esta razão, Allan Kardec denominou a Terra como um planeta de provas e expiações, a caminho de mundo de regeneração.
Indispensável que todos os cidadãos compreendam que os direitos humanos são invioláveis e numa sociedade democrática todos têm o direito de viver com dignidade, sendo respeitados e compreendidos, nada justificando as explosões e os distúrbios dessa minoria desequilibrada que lhe pesa na economia moral.
Para esses desordeiros, o júbilo assim como a perda, constituem motivo para que arrebentem as amarras do equilíbrio e deem expansão à selvageria neles em ebulição.
À educação compete domesticar o lobo que ainda existe na alma humana, pacificando-a e contribuindo para a felicidade do ser primitivo, assim como a de todos os demais em conjunto.




[1] Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 26.7.2018

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