Cairbar Schutel
Tomemos razão como sinônimo de raciocínio, discernimento; e sentimento como sinônimo de
sensibilidade. Todos os seres humanos sentem e raciocinam. Assim fazendo,
percebem o mundo ao seu redor e pautam suas condutas, fixam objetivos,
perseguem ideais, tomam decisões, caminham para onde querem, seguindo o seu
livre-arbítrio.
Alguns dizem, com equívoco tanto
natural quanto aparente, que o sentimento afeta a razão: quem sente em demasia
qualquer coisa, não mais consegue discernir entre o bom e o mau, entre o certo
e o errado.
Outros, no mesmo prisma, atestam
que vivem da sua razão, inferiorizando o seu sentimento; alegam prescindir da
sensibilidade em homenagem ao raciocínio.
Como se fosse possível, de fato,
separá-los de tão singela forma... Erro estrutural profundo.
É da constituição do ser
fazê-los ambos: sentir e raciocinar.
Estabelecidas as verdadeiras
premissas de que razão e sentimento são igualmente importantes ao espírito, não
há por que não garantir o equilíbrio entre ambos.
A sensibilidade não deve
ultrapassar determinados limites que possam causar interferência nociva na
capacidade de discernimento do indivíduo. Nem a sua razão deve extrair do
íntimo a condição de sensível ao mundo exterior.
Ambos merecem conviver
harmoniosamente. A razão controla os abusos emocionais. O sentimento amansa o
rigorismo do racional.
Interagindo e não se excluindo,
tais dons do espírito aumentam as chances de elevação da força de vontade do
homem no campo da reforma íntima.
Ter capacidade de sentir e raciocinar
não significa automaticamente deter as melhores e mais positivas
experimentações, nem tampouco a garantia de tomar as mais acertadas decisões
sempre. Visto estar em constante evolução, peregrina o ser humano pelo certo e
pelo errado, muda do bom para o mau num ligeiro átimo, aprende a viver e como
viver melhor enquanto vai se desenvolvendo, amadurecendo.
Equilibrar razão e sentimento
não quer dizer torná-los infalíveis diante do que é genuinamente cristão.
Significa, tão somente, garantir um melhor ambiente para a pessoa progredir.
Quando ambos respeitam-se reciprocamente, os sentimentos do âmago e as
deliberações da razão, têm os encarnados maiores possibilidades de se
conduzirem para o caminho correto.
Concluindo: a força de
vontade de cada um decorre da sua razão
e do seu sentimento. Quanto mais
harmônicos e equilibrados estes últimos, maior possibilidade de consolidar
aquela.
[1] Fundamentos da
Reforma Íntima - Abel Glaser/ Cairbar
Schutel (Espírito)
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