Glenn Harris
Experiências de
quase-morte
A Universidade de Southampton,
na Inglaterra, está iniciando o maior estudo já feito no mundo sobre
experiências de quase-morte.
O AWARE (AWAreness during
REsuscitation: consciência durante a ressuscitação) foi lançado pelo Projeto de
Consciência Humana, uma colaboração internacional de cientistas e médicos que
juntaram forças para estudar o cérebro humano, a consciência e a morte clínica.
[ver neste blog Estudo inédito no país
avalia relatos de quase-morte[1],
publicado em 25/08/2016]
O estudo é coordenado pelo Dr.
Sam Parnia, um especialista no campo da consciência durante a morte clínica,
juntamente com o Dr. Peter Fenwick e os professores Stephen Holgate e Robert
Peveler.
A morte é um processo
Dando sequência a uma fase
piloto de 18 meses de duração em hospitais da Inglaterra, o estudo agora está
sendo expandido para incluir outros países da Europa e da América do Norte.
"Contrariamente à percepção
popular," explica o Dr. Parnia, "a morte não é um momento específico.
Ela é um processo que começa quando o coração para de bater, os pulmões param
de trabalhar e o cérebro deixa de funcionar ‒ uma condição médica chamada
interrupção cardíaca que, de um ponto de vista biológico, é sinônimo de morte
clínica".
"Durante a interrupção
cardíaca, todos os três critérios de morte estão presentes. Segue-se então um
período de tempo, que pode durar de alguns segundos até uma hora ou mais, no
qual os esforços de emergência médica podem ter sucesso em fazer o coração
voltar a bater e reverter o processo da morte. O que as pessoas experimentam
durante esse período de interrupção cardíaca oferece uma janela única para o
entendimento daquilo que nós todos deveremos experimentar durante o processo de
morrer".
Experiências fora do
corpo
Um grande número de estudos
científicos sobre o fenômeno de quase-morte, conduzidos por pesquisadores
independentes, têm demonstrado que entre 10 e 20 por cento das pessoas que
passam pela interrupção cardíaca relatam processos de pensamentos lúcidos e bem
estruturados, raciocínio, memórias e algumas vezes lembranças detalhadas dos
eventos durante o seu encontro com a morte.
Durante o estudo AWARE, os
médicos irão utilizar tecnologias sofisticadas para estudar o cérebro e a
consciência durante a interrupção cardíaca. Ao mesmo tempo, eles irão testar a
validade das experiências fora do corpo e declarações que as pessoas fazem de
serem capazes e ver e ouvir durante a interrupção cardíaca.
Monitoramento do
cérebro
O estudo AWARE será
complementando pelo BRAIN-1 (Brain Resuscitation Advancement International
Network 1 - Rede Internacional de Avanços em Ressuscitação do Cérebro - 1), no
qual a equipe de pesquisadores irá conduzir uma variedade de testes
psicológicos em pacientes que passaram pela interrupção cardíaca, assim como
utilizar técnicas de monitoramento cerebral que visam identificar métodos para
melhorar o cuidado médico e psicológico de pacientes que passam pela
interrupção cardíaca.
O início das pesquisas com as
experiências de quase-morte foi anunciado pelo Dr. Parnia durante um simpósio
internacional ocorrido na sede da ONU.
Nenhum comentário:
Postar um comentário