sábado, 19 de agosto de 2017

Começa o maior estudo já feito sobre Experiências de Quase-Morte[1]


Glenn Harris


Experiências de quase-morte
           A Universidade de Southampton, na Inglaterra, está iniciando o maior estudo já feito no mundo sobre experiências de quase-morte.
O AWARE (AWAreness during REsuscitation: consciência durante a ressuscitação) foi lançado pelo Projeto de Consciência Humana, uma colaboração internacional de cientistas e médicos que juntaram forças para estudar o cérebro humano, a consciência e a morte clínica. [ver neste blog Estudo inédito no país avalia relatos de quase-morte[1],  publicado em 25/08/2016]
O estudo é coordenado pelo Dr. Sam Parnia, um especialista no campo da consciência durante a morte clínica, juntamente com o Dr. Peter Fenwick e os professores Stephen Holgate e Robert Peveler.
 
A morte é um processo
           Dando sequência a uma fase piloto de 18 meses de duração em hospitais da Inglaterra, o estudo agora está sendo expandido para incluir outros países da Europa e da América do Norte.
"Contrariamente à percepção popular," explica o Dr. Parnia, "a morte não é um momento específico. Ela é um processo que começa quando o coração para de bater, os pulmões param de trabalhar e o cérebro deixa de funcionar ‒ uma condição médica chamada interrupção cardíaca que, de um ponto de vista biológico, é sinônimo de morte clínica".
"Durante a interrupção cardíaca, todos os três critérios de morte estão presentes. Segue-se então um período de tempo, que pode durar de alguns segundos até uma hora ou mais, no qual os esforços de emergência médica podem ter sucesso em fazer o coração voltar a bater e reverter o processo da morte. O que as pessoas experimentam durante esse período de interrupção cardíaca oferece uma janela única para o entendimento daquilo que nós todos deveremos experimentar durante o processo de morrer".
 
Experiências fora do corpo
         Um grande número de estudos científicos sobre o fenômeno de quase-morte, conduzidos por pesquisadores independentes, têm demonstrado que entre 10 e 20 por cento das pessoas que passam pela interrupção cardíaca relatam processos de pensamentos lúcidos e bem estruturados, raciocínio, memórias e algumas vezes lembranças detalhadas dos eventos durante o seu encontro com a morte.
Durante o estudo AWARE, os médicos irão utilizar tecnologias sofisticadas para estudar o cérebro e a consciência durante a interrupção cardíaca. Ao mesmo tempo, eles irão testar a validade das experiências fora do corpo e declarações que as pessoas fazem de serem capazes e ver e ouvir durante a interrupção cardíaca.
Monitoramento do cérebro
          O estudo AWARE será complementando pelo BRAIN-1 (Brain Resuscitation Advancement International Network 1 - Rede Internacional de Avanços em Ressuscitação do Cérebro - 1), no qual a equipe de pesquisadores irá conduzir uma variedade de testes psicológicos em pacientes que passaram pela interrupção cardíaca, assim como utilizar técnicas de monitoramento cerebral que visam identificar métodos para melhorar o cuidado médico e psicológico de pacientes que passam pela interrupção cardíaca.
O início das pesquisas com as experiências de quase-morte foi anunciado pelo Dr. Parnia durante um simpósio internacional ocorrido na sede da ONU.

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