Jorge Hessen
Há dois mil anos, Jesus anunciou
que “há muitas moradas na Casa do meu Pai”[2]. Presentemente, não é difícil compreendermos
que Deus criou Sua Casa (Universo), em cuja morada estão os incontáveis
planetas. Astrônomos detectaram atmosfera ao redor de GJ 1132b, um exoplaneta
rochoso de um tamanho próximo ao da Terra, o que representa um passo
significativo na busca de vida fora do nosso Sistema Solar.
“É a primeira vez que se detecta
uma atmosfera ao redor de um planeta com uma massa e um raio semelhantes aos da
Terra”, disseram os cientistas, cuja descoberta foi publicada na revista
Astronomical Journal[3]. Esta
detecção faz do planeta GJ 1132b um alvo prioritário de observações para o
telescópio espacial Hubble, o telescópio gigante europeu de Observação Austral
(ESO), que está no Chile, assim como para o futuro James Webb Space Telescope,
cujo lançamento está previsto para 2018[4].
Há duas décadas, a Astronomia
tem registrado a descoberta de centenas de novos planetas, pertencentes a
outros sistemas planetários. Na conferência anual da Sociedade Astronômica
Norte-Americana, em cada descoberta, envolvendo os planetas de fora do nosso
Sistema Solar (exoplanetas), apontam para a mesma conclusão: orbes, como a
Terra, são, provavelmente, abundantes, apesar do violento Universo de estrelas
explosivas, buracos negros esmagadores e galáxias em colisão.
O Sistema Solar possui 9
planetas com 57 satélites. No total, são 68 corpos celestes. E, para que
tenhamos noção de sua insignificância, diante do restante do Universo, “nosso
Sistema compõe um minúsculo espaço da pequena da Via Láctea”[5] ,
ou seja, um aglomerado de, aproximadamente, 100 bilhões de estrelas, com, pelo
menos, cem milhões de planetas, que, segundo Carl Seagan, no mínimo, 100 mil
deles com vida inteligente e mil com civilizações mais evoluídas que a nossa[6].
Segundo Allan Kardec , “repugna
à razão crer que esses inumeráveis globos que circulam no espaço não são senão
massas inertes e improdutivas.”[7] A
Ciência vem descobrindo, incessantemente, planetas situados em outros sistemas
estelares. No campo das pesquisas científicas “o Espiritismo jamais será
ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrarem estar em erro,
acerca de um ponto qualquer, ele se modificará nesse ponto. Se uma verdade nova
se revelar, ele a aceitará.”[8]
Aqueles seres, explica o mentor
de Chico Xavier: “angustiados e aflitos, que deixavam, atrás de si, todo um
mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos na prática do mal,
seriam degredados na face obscura do planeta terrestre; andariam desprezados na
noite dos milênios da saudade e da amargura; reencarnariam no seio das raças
ignorantes e primitivas, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos
distantes. Por muitos séculos, não veriam a suave luz da Capela, mas
trabalhariam na Terra acariciados por Jesus e confortados na sua imensa
misericórdia”[9].
Sobre isso Agostinho afirmou no século XIX que “não avançar é recuar, e, se o espirito
não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de
expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam”[10].
Na Revista Espírita de
Agosto/1858, publicou um desenho psicopictografado (desenho mediúnico) e
assinado pelo Espírito Bernard Palissy, célebre oleiro do século XVI, referente
“a uma habitação em Júpiter, que seria a casa de Mozart. Somos também
informados de que Cervantes seria vizinho de Mozart e que por lá também viveria
Zoroastro”[11].
Em 1938 o Espírito Emmanuel
informou que na “Constelação do Cocheiro, cerca de 42 anos luz distante de nós,
há o sistema de Capela, de onde milhares de anos atrás alguns milhões de
Espíritos rebeldes que lá existiam, foram deportados para o nosso planeta. Aqui
aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penosos, as grandes conquistas
do coração, impulsionando simultaneamente o progresso dos seres terrestres”[12].
Na questão 172 de O Livro dos Espíritos, Kardec perguntou:
“As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?”, ao que
os Espíritos responderam: “Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui
passamos não são as primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e
das mais distantes da perfeição”[13].
Sabe-se hoje em dia existirem,
pelo Universo observável, pelo menos 10 bilhões de galáxias. Em 1991, em
Greenwich, na Inglaterra, o observatório localizou um quasar (possível ninho de
galáxias) com a luminosidade correspondente a 1 quatrilhão de sóis [isso mesmo,
1 quatrilhão!].
Acreditar que somente a Terra
tenha vida é supor que todo esse imensurável Universo tenha sido criado sem
utilidade alguma, e seria uma impossibilidade matemática que num Universo tão
inimaginável não se tivesse desenvolvido vida inteligente, senão neste pequeno
planeta. Aliás, seria um incompreensível desperdício de espaço.
[2] João 14:2.
[5] As últimas observações do telescópio Hubble (em
órbita), mostram o número de galáxias conhecidas de 50 milhões.
[6] XAVIER, Francisco Cândido. Carta de uma morta, ditado
pelo Espirito Maria João de Deus, São Paulo: LAKE, 1999.
[7] XAVIER, Francisco Cândido. Novas Mensagens, ditado
pelo espírito Humberto de Campos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1940
[8] FLAMMARION Nicolas Camille. Urânia, Rio de Janeiro:
Ed. FEB, 1990.
[9] KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, perg. 55.
[11] KARDEC, Allan. Na Revista Espírita de Agosto/1858,
Brasília: Editora EDICEL, 2002.
[12] XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz, RJ: Ed.
FEB, 2002.
[13] KARDEC, Allan. O
Livro dos Espíritos, questão 172, RJ: Ed FEB, 2002.
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