segunda-feira, 2 de maio de 2016

Ser espírita[1]


 

Angela C. Furiati
 

Há quem diga que ser Espírita é muito difícil, que é só para quem já é santo. Allan Kardec, no entanto, vai dizer que o espírita é reconhecido pelo esforço que faz pela sua transformação moral e para vencer suas tendências para o mal.
Fazer esforço é bem diferente de ser santo. Ainda nos falta um longo caminho.
Alguns companheiros dizem que estão tentando ser espírita. Estes estão em dúvida e temem assumir a responsabilidade de afirmar: sou espírita.  Nosso desafio, porém, é buscar ser hoje, melhor do que ontem e amanhã melhor do que hoje.
Na natureza nada dá saltos. Todos nós que estamos hoje ligados à doutrina espírita, já estivemos no catolicismo, no protestantismo, no budismo entre outras religiões.  Mesmo nessa encarnação foram poucos que nasceram num lar espírita.
Viemos de outros caminhos religiosos, mas ao encontrar o Espiritismo descobrimos o Consolador prometido por Jesus, que veio ensinar todas as coisas e fazer compreender o que o Cristo havia dito por parábolas. Neste porto seguro, encontramos a fé raciocinada, a crença da imortalidade da alma, a certeza da reencarnação e a da comunicabilidade com os espíritos.
Que bom que podemos dizer que somos espíritas, que estamos buscando vencer nossas más inclinações. É o autoconhecimento e a autotransformação que nos tornam homens e mulheres melhores. Essa postura vai refletir na família, onde cada um testemunhará a luz interior, a sua transformação moral, pelo comportamento equilibrado e amoroso.
No trabalho, sendo um exemplo de bom funcionário ou de bom patrão. Na sociedade, sendo um bom cristão, alguém que é lembrado pelo amor ao próximo e suas atitudes corretas. Portanto, somos espíritas 24 horas por dia.
Não dá para vestir a capa de humildade, de fraternidade somente quando estamos no Centro Espírita.
“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.”
O Espírito de Verdade nos convida a demonstrarmos quem somos, pelas atitudes de amor, de fraternidade e caridade. 
Olhar o outro como um irmão que devemos aprender a amar, apesar dos defeitos e imperfeições, que só pela prática das virtudes e da busca constante da iluminação através do estudo, que iremos nos libertar desse homem velho que ainda trazemos dentro de nós.
O desafio não é vencer o outro, ser melhor, mais poderoso, é nos conhecermos, domarmos nossas imperfeições e “só por hoje” nos aproximarmos de nosso modelo e guia, que é Jesus.
Para aqueles que acham que essa postura é difícil, é porque ainda não compreenderam que somente escolhendo a porta estreita, se libertarão das imperfeições.  É esse o caminho para a plenitude e a paz íntima.

Nenhum comentário:

Postar um comentário