Antônio Carlos Navarro - 12/04/2016
A recomendação “vigiai e orai”,
pronunciada por Nosso Senhor Jesus Cristo [2]
, tem a ver com o que se passa em nosso mundo psíquico, portanto relativo à
mente do espírito.
É muito comum em nossas
atividades diárias o comportamento maquinal, sem reflexão sobre o que se está
fazendo. Assim também é com muitas das reações que desenvolvemos a partir do
que nos chega ao sensório. É o chamado agir e reagir sem pensar. Quando percebemos
já agimos ou reagimos, com muitas consequências negativas.
“Entendendo-se que toda mente
vibra na onda de estímulos e pensamentos em que se identifica, facilmente
perceberemos que cada Espírito gera em si mesmo inimaginável potencial de
forças mentoeletromagnéticas, exteriorizando nessa corrente psíquica os
recursos e valores que acumula em si próprio.
Daí nasce a importância da
reflexão em todos os setores da vida.
É que, gerando força criativa
incessante em nós, assimilamos, por impulso espontâneo, as correntes mentais
que se harmonizem com o nosso tipo de onda, impondo às mentes simpáticas o
fruto de nossas elucubrações e delas recolhendo o que lhes seja característico,
em ação que independe da distância espacial, sempre que a simpatia esteja
estabelecida e, com mais objetividade e eficiência, quando o serviço de troca
mental se evidencie assegurado conscientemente”.
Agimos e reagimos não só por
hábitos desenvolvidos ao longo de nossas experiências reencarnatórias, nos
chamados reflexos condicionados, mas também por influência de pensamentos de
outros espíritos, por identidade de valores, e sempre achando que estamos no
controle da situação.
Continua o Benfeitor:
“Podemos, assim, apreciar a
riqueza dos reflexos condicionados, pelos quais se expande a vida mental do
Espírito humano, em que a razão, por luz do discernimento, lhe faculta o
privilégio da escolha.
São nesses reflexos
condicionados da atividade psíquica que principiam para o homem de pensamentos
elementares os processos inconscientes da conjugação mediúnica, porquanto,
emitindo a onda das ideias que lhe são próprias, ao redor dos temas que lhe
sejam afins, exterioriza na direção dos outros as imagens e estímulos que
acalenta consigo, recebendo, depois, sobre si mesmo os princípios mentais que
exteriorizou, enriquecidos de outros agentes que se lhe sintonizem com as
criações mentais”.
Chama-nos a atenção os termos
razão e discernimento apresentados por André Luiz. Temos sempre a possibilidade
de agir diferente, de reagir diferente, mas o desculpismo nos leva a afirmações
indevidas, tais como “nasci assim e vou morrer assim”; “todo mundo é assim”;
“quem não tem defeito?”; mas a realidade é outra, e temos nossas
responsabilidades pessoais diante da Lei Divina.
A realidade é que somos todos
agentes de indução, conforme esclarece André Luiz:
“Temos plenamente evidenciada a autossugestão,
encorajando essa ou aquela ligação, esse ou aquele hábito, demonstrando a
necessidade de autopoliciamento em todos os interesses de nossa vida mental,
porquanto, conquistada a razão, com a prerrogativa da escolha de nossos
objetivos, todo o alvo de nossa atenção se converte em fator indutivo,
compelindo-nos a emitir os valores do pensamento contínuo na direção em que se
nos fixe a ideia, direção essa na qual encontramos os princípios combináveis
com os nossos, razão por que, automaticamente, estamos ligados em espírito com
todos os encarnados ou desencarnados que pensam como pensamos, tão mais
estreitamente quão mais estreita a distância entre nós e eles, isto é, quanto
mais intimamente estejamos comungando a atmosfera mental uns dos outros,
independentemente de fatores espaciais.
Uma conversação, essa ou aquela
leitura, a contemplação de um quadro, a ideia voltada para certo assunto, um
espetáculo artístico, uma visita efetuada ou recebida, um conselho ou uma
opinião representam agentes de indução, que variam segundo a natureza que lhes
é característica, com resultados tanto mais amplos quanto maior se nos faça a
fixação mental ao redor deles”.
E encerra falando-nos sobre o
uso do discernimento:
“A liberdade de escolha, na
pauta das Leis Divinas, é clara e incontestável nos processos da consciência.
Ainda mesmo em regime de prisão
absoluta, do ponto de vista físico, o homem, no pensamento, é livre para eleger
o bem ou o mal para as rotas do Espírito.
O discernimento deve ser, assim,
usado por nós outros à feição de leme que a razão não pode esquecer à matroca,
de vez que se a vida física está cercada de correntes eletrônicas por todos os
lados, a vida espiritual, da mesma sorte, jaz imersa em largo oceano de
correntes mentais e, dentro delas, é imprescindível saibamos procurar a
companhia dos espíritos nobres, capazes de auxiliar a nossa sustentação no bem,
para que o bem, como aplicação das Leis de Deus, nos eleve à vida superior”.
Pensemos nisso.
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