02/11/2015
O acelerador de partículas,
localizado no Cern, a Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear, em Genebra,
na Suíça, está agora operando em seu nível mais alto, na tentativa de detectar
buracos negros em miniatura, considerados a chave para um 'multiverso'. Agora,
dados recolhidos desde junho estão sendo analisados. Críticos alarmistas temem
que isso possa causar o fim do mundo, mas os cientistas dizem que o experimento
inovador poderia mudar toda a compreensão do universo.
"Assim como muitas folhas
paralelas de papel, ou seja, dois objetos dimensionais podem existir em uma
terceira dimensão (altura), universos paralelos também podem existir em
dimensões superiores”, disse o cientista do Cern, Mir Faizal, da Universidade
de Waterloo, no Canadá. "Prevemos que a gravidade pode vazar para outras
dimensões, e se isso acontecer, os buracos negros em miniatura podem ser
produzidos aqui. Normalmente, quando as pessoas falam em multiverso, elas
pensam na interpretação de muitos mundos da mecânica quântica, onde todas as
possibilidades se atualizam. Isso não pode ser testado e por isso é filosofia,
e não ciência. O que queremos dizer é que universos reais existem em dimensões
extras”, completou.
Em março, Faizal e sua equipe
calcularam a energia esperada para detectar miniburacos negros no ‘arco-íris’
da gravidade. Desde junho, a energia usada pelo Grande Colisor de Hádrons para
esmagar partículas em conjunto é o dobro da usada durante o tempo em que se
descobriu o bóson de Higgs, a partícula de Deus, tornando a detecção de
pequenos buracos negros possíveis pela primeira vez. Os teóricos do Cern dizem
que isso poderia dar sinais claros de dimensões, além do comprimento, largura,
profundidade e tempo. Universos paralelos podem existir dentro destas dimensões,
em teoria, mas apenas a gravidade é capaz de garantir o universo em dimensões
extras. Se dimensões extras existirem, os especialistas acreditam que isso
poderia reduzir a energia necessária para produzir buracos negros.
A Teoria da Relatividade de
Einstein afirma que a gravidade é causada pela curvatura do espaço e do tempo.
O arco-íris da gravidade diz que o espaço e o tempo possuem curvaturas
diferentes para partículas de energia diferentes. Isso sugere que o efeito da
gravidade sobre o cosmos provoca diferentes comprimentos de ondas de luz,
comportando-se de forma diferente. Isto significa que as partículas com
diferentes energias vão se mover em espaço-tempo e campos gravitacionais de
forma alternada. Assim, os cientistas descobriram que mais energia é necessária
para detectar miniburacos negros no centro de pesquisa, muito mais do que se
pensava anteriormente.
Se miniburacos negros forem
detectados nas energias previstas, poderia provar a existência de dimensões
extras e a extensão de universos paralelos, segundo Ahmed Ali Farag, da
Universidade Estadual da Flórida, nos EUA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário