O leite materno proporciona a
valiosa alimentação que um bebê precisa durante os seus primeiros meses de
vida, mas um estudo acredita que as mulheres também fornecem uma forma de leite
para seu filho, enquanto eles ainda estão no útero.
Os pesquisadores descobriram
que, durante os primeiros meses de gravidez, o corpo da mãe secreta nutrientes,
apelidados de “leite de ventre” para o embrião. Este leite, ou histiotrofe,
como também é conhecido, fornece ao embrião, a energia e os blocos de
construção bioquímicos que necessitam para crescer durante as primeiras 11
semanas de gestação.
Durante este tempo, o embrião é
muito pequeno e delicado para que o cordão umbilical possa ser ligado a ele e
garantir o fornecimento de nutrientes do sangue da mãe. Em vez disso, os
pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, descobriram que
glândulas do revestimento do útero produzem uma substância que é uma mistura de
glicogênio e fragmentos de proteínas “açucaradas”. Estas secreções são
absorvidas pela placenta e, em seguida, utilizadas para o crescimento do
embrião.
Carolyn Jones, integrante de
investigação na Universidade de Manchester, que conduziu a pesquisa, disse que
o trabalho poderia ajudar a melhorar tratamentos como a fertilização in vitro,
permitindo que os ovos fertilizados sejam mantidos em maior segurança antes do
implante.
"O suprimento de sangue da
mãe não atinge o embrião até 11 semanas de gestação, por isso, até este
momento, o pequeno embrião é nutrido por essas secreções. Nós ainda não sabemos
como a dieta da mãe influencia em suas secreções uterinas durante a gravidez.
Minha outra pesquisa mostrou que há um ‘código’ que influencia a fixação do
embrião no útero da mãe. Este código é construído de açúcares na superfície das
células do embrião e do útero; cada espécie tem seu próprio código e isso tem
que combinar perfeitamente para uma implantação bem-sucedida. Possivelmente, o
aborto pode ocorrer devido a uma correspondência inadequada”, relatou Jones.
Em declaração à New Scientist,
John Aplin, especialista em medicina reprodutiva na Universidade de Manchester,
que também participou do estudo, acrescentou que mudanças na dieta de uma mãe
ou de outros fatores, como o tabagismo, também podem afetar o acúmulo desses
materiais no revestimento do útero, podendo aumentar o risco futuro de
obesidade ou até mesmo diabetes.
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