sexta-feira, 15 de maio de 2015

O Beijo Fraternal dos Espíritas[1]



Meu irmão, eu estou com você e quero lhe dar um bom conselho; siga-o por sua conta e você superará isto: faça em parte por seus irmãos porque eles se beneficiam disso também.
Todos, amigos, dizem-lhes para serem Espíritas! Todos, amigos, dizem-lhes para amarem a Deus, todos meus irmãos, você está no erro que produz o orgulho e a ostentação.
É ao seu coração que me dirijo e à sua consciência que eu peço uma resposta.
O Espiritismo, nascido ontem entre vocês, encontrou adeptos, muitos adeptos e, sobretudo, adeptos fervorosos; mas, quantos entre vocês procuram seguir sincera e realmente seus sublimes ensinamentos? Quantos entre vocês acreditam já na máxima, não esta escada para subir e que tem um número indefinido de degraus, mas os conhecimentos espirituais e, do alto desta crença, olham com piedade e quase com desdém aos que continuam embaixo desta escada, no começo de seus conhecimentos! Os Espíritas são sinceros? Quantos entre vocês só sabem criticar as palavras, as ações, as mensagens de seus irmãos, por falta de simpatia, de caridade e de amor. São Espíritas? Quantos entre vocês têm sempre no coração, pelos erros de seus irmãos, uma palavra verdadeira de encorajamento, de esperança, de confiança e mesmo de perdão? São Espíritas os que esquecem este primeiro dever que lhes ensinaram?
São Espíritas os que têm uma predileção visível pelos que os exaltam sem cessar? São Espíritas os que apenas têm nos lábios ou no coração uma aparência de fraternidade ou de ironia para os que não sabem, como os cegos, adorar um ídolo? São Espíritas os que, em palavras, dizem sê-lo e que não sabem resistir a algumas das tentações da carne, da matéria? São Espíritas os que à menor contradição trazem ou fazem nascer entre eles uma cólera surda e o ódio?
Vocês se dizem Espíritas e amar a Deus, o Criador, e não sabem seguir realmente algumas de suas leis, vocês se dizem Espíritas e ofendem continuamente o Pai muito misericordioso porque vocês não fazem o menor esforço para se corrigirem e vencerem o Espírito do mal que sopra sobre vocês à noite escura e o instinto das mais miseráveis paixões; vocês se dizem Espíritas e seguir as leis divinas e, apesar dos sublimes ensinamentos que são dados a vocês, só elevam muito raramente seu Espírito em direção ao autor de todas as coisas e mais raramente ainda uma oração escapa de seu coração para lhe dar graças ou para lhe pedir a força que é necessária a vocês para lhes aperfeiçoar; mesmo a união fraterna, que vocês exaltam seus irmãos.
Vocês se dizem Espíritas, bem, que suas consciências se pronunciem, que elas me digam o nome de quem entre vocês pode se dizer perfeito? Não, vocês não o farão e com razão porque, se o Espiritismo, ainda muito novo em seus corações, não pôde desligá-lo inteiramente do materialismo, ele tem permitido que o pudor entre em seus corações e esta é a primeira etapa de seu progresso e de seu avanço moral e esta modéstia lhes faz reconhecer que devem lhes atribuir ao menos um dos pontos, um dos agravos que os bons Espíritos lhes revelam. Afastem de vocês, sobretudo, as questões de interesse pessoal de conveniência particular; coloquem-se ao alcance de todos.
Sejam irmãos, enfim!
Façam, portanto, oh, irmãos, que antes de todas as coisas vocês não façam mais uma que outra, porque o amor fraternal, uma vez bem ancorado em seus corações, o passo mais difícil será dado, este amor, quando é sincero, é o germe e o ponto de partida de todas as virtudes.
Façam, portanto, oh, irmãos, um leve esforço para provar seu amor e seu respeito a este Pai tão bom, a fim de que Sua misericórdia lhes permita sacrificar as coisas tão insignificantes desta Terra e lhes consagre um pouco mais a Ele.
Procurem, então, desligarem-se cada vez mais das questões materiais, que quem se crer mais avançado no Espiritismo seja o primeiro a dar o exemplo de reconhecimento às coisas grosseiras e passageiras que só trazem sua infelicidade e lhes retardam em seu avanço.
Enfim, eu tenho a esperança de que meus conselhos serão escutados e que serão seguidos e cumpridos por alguns entre vocês.
Você, irmão, dê o primeiro exemplo, proponha em sua primeira reunião uma união direta e faça-a ser selada pelo beijo fraternal.
Quem ousará rir do beijo íntimo de seu irmão? Mulheres e homens, lembrem-se de que vocês são da mesma família e da mesma essência e que sua posição atual é passageira. Mulheres e homens, como Espíritos vocês são todos irmãos, como Espíritos, façam este pacto de união que lhes deixará unidos no mundo celeste.
Eu repito, meu amigo, proponha, na frente de seu presidente, este beijo e esta união e, de minha parte, lhes dou o meu. Gritem de coração: aperfeiçoamento! Aperfeiçoamento!

Mensagem recebida pelo Sr. Guipon, médium



[1] “O Problema da Justiça de Deus e do Destino do Homem” – J. Chapelot – 2005, Madras Editora Ltda.

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