A maior parte das relações ditas
afetivas ou mesmo casamentos se deve exclusivamente a aspectos físicos. Embora
milhares de mensagenzinhas bonitas entupam facebooks valorizando a
espiritualidade, os aspectos morais ou grandes valores humanos, o que faz uma
pessoa se sentir atraída por outra, na maioria das vezes, é a atração física. O
desejo sexual é o responsável pela maior parte das uniões conjugais, estáveis
ou não.
Espiritismo e relações amorosas
Vivemos no mundo das aparências.
O mundo físico é o plano das aparências por excelência. E em nenhum período da
História estivemos tão entregues à ilusão da aparência como hoje.
Grande parte dos casais que falam
de amor está se referindo a desejo sexual. Grande parte dos parceiros
abandonados que dizem sofrer por amor estão sofrendo a falta das relações
sexuais, ou, no máximo, do carinho, do contato, mas do contato físico, não
psíquico.
Os mais apaixonados negam. Juram
que admiram a inteligência, a integridade, o humor. Eu acredito. Mas uma pessoa
desfavorecida no quesito aparência, por mais inteligente, íntegra e
bem-humorada que fosse não teria chamado a sua atenção. Se chamasse, não
despertaria o seu desejo.
Há exceções, acho que em tudo há
exceções. Mas são poucas. Normalmente os que não reconhecem isso não têm
coragem de reconhecer ou de analisar a si mesmos.
O que chamamos normalmente de
amor é desejo, paixão, tesão, atração. O amor, ou algo próximo do amor, é bem
diferente e bem distante de manifestações físicas.
Quando desencarnarmos saberemos o
que é e o que não é amor. Poderemos saber isso aqui mesmo, ao envelhecermos.
Mas depois do desencarne é que tudo fica mais claro. Sem corpo físico, a
verdadeira atração, se existe, continua. Se houver atração psíquica, o vínculo
permanece, e podemos chamar isso de amor. O que for material, apenas atração
física, se dissipa, desaparece.
A atração sexual é providencial
como meio de atrair parceiros. Aliás, sem ela, a perpetuação da espécie estaria
ameaçada. Mas ainda é muito grande a porcentagem de uniões que acontecem
movidas só pelo desejo, pelas conveniências sexuais, pela satisfação dos
instintos.
Relações baseadas no amor ou na
comunhão de ideais ainda são raras, e só devem tornar-se regra quando o
processo de transição planetária estiver concluído. As experimentações que
observamos hoje, formando novos modelos familiares, são maneiras de testar
novas modalidades de relacionamento. A sociedade contemporânea é o laboratório
do mundo de regeneração.
A aparência
É importante e é bom que cuidemos
dela, mas não deveríamos valorizá-la mais que os aspectos morais, os valores,
as ideias. Seguramente as uniões conjugais que se destacam pela parceria, pelo
progresso em conjunto, pelo apoio mútuo ao longo da vida, não se alicerçaram
sobre aparência e desejo. A era para a qual estamos nos dirigindo se sustentará
sobre relações sólidas firmadas sobre sentimentos elevados.
Considerando que todos somos
espíritos imortais de passagem pela matéria, e que os vínculos que realmente
importam são os vínculos psíquicos, forjados em similitude de ideal e plena
confiança mútua, reconhecemos que muitos dos nossos relacionamentos familiares
são apenas transitórios, são oportunidades de aprendizado e tarefas de reajuste
obrigatório. Mas dentre todas as possíveis formações amorosas, é entre casais
que está a maior possibilidade de crescimento em conjunto. Ainda há inúmeros
casos em que um dos parceiros impede ou dificulta ao outro o seu
desenvolvimento espiritual.
A vida a dois só tem sentido se
for para somar forças, para multiplicar estímulos e motivação para a ascensão
espiritual. O casal em que um cônjuge sabota o crescimento do outro é um
engodo, uma farsa, uma prova que pode ser necessária, mas que não pode ser
impeditivo para que a evolução seja buscada pela parte que estiver disposta a
isso.
Passou o tempo em que o homem
tinha o poder de impedir a mulher de desempenhar seu papel espiritual. Nada
justifica, hoje, a submissão, por parte de quem quer que seja a ameaças ou
chantagens que visem impedir o desenvolvimento das coisas do espírito. a
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