sexta-feira, 8 de maio de 2015

A Resignação[1]


     Sabeis o que é a resignação a que vocês pedem ajuda com tanta frequência? Palavra vazia de sentido para a maioria, que pronunciais em vossos momentos de incertezas, que impondes aos que sofrem e da qual não provastes jamais a profundidade.

     A resignação, virtude sublime dos filhos de Deus, sentimento abençoado do que abaixa a cabeça sob a mão que parece bater, em que o coração sangra, mas que, obediente, abençoa esta mão e a beija de joelhos. Oh, meus filhos, compreendei bem o sentimento que deve animar o coração do que diz estar resignado, para quem vós aconselhais a resignação. Quantos têm por este sentimento o respeito filial à vontade poderosa do Grande pai de família, esta debilidade inerte do espírito, não pode resistir a esta vontade, se estiver submetida a ela por força, a não ser com um sentimento de rebeldia.

     A resignação consiste em receber as dores, os sofrimentos não somente porque não se pode fazer de outra maneira, mas com reconhecimento. É necessário dizer e pensar que, mesmo se a vontade humana pudesse agir em oposição aos decretos da Providência, vós vos submeteríeis apenas por respeito a esta vontade que vos inflige as punições sempre merecidas ou as provações sempre rentáveis. Aprendei, então, a resignar-vos e dizei ao Senhor: Meu Deus, que não seja feita a minha vontade, mas a Vossa!

     Sim, meu filho, é difícil, mas não é impossível. É difícil para os homens, alimentados com seus erros, aos cegos de ontem, mas não aos que enxergam hoje. Diga-me, Espírita, vós não vos sentis mais fortes contra a dor? Se os golpes da sorte não vos encontrarão mais firmes por esperá-los e resignados por recebê-los? O Senhor vos enviou o grande remédio para vos dar coragem. Ele vos enviou o grande consolador para vos dar resignação. Hoje, que vós não vedes mais as dores que vos infligiam um capricho da sorte, mas uma inevitável e lógica consequência das faltas que vós tiverdes cometido, hoje que vós compreendeis o Espírito que abandona seu envoltório está preparado e amadurecido para o julgamento e que o passo que se dá de uma vida para outra é um degrau da imensa escada que conduz a Deus, que se sobe com alegria sem se inquietar com as dores físicas que podem ser experimentadas, hoje, vós deveis exultar quando um de vós os deixa. Cantai, então, louvores ao Senhor, cantai: Hosana! Ao que rege o Universo porque todo o Espírito que atravessa a barreira de carne que o retém, para se lançar no espaço, alcança um progresso. Tudo é contado para a sabedoria infinita do Senhor. Portanto, coragem, não à fraqueza, não por vós, nem por outros. O que se sente forte, dá a força, o que tem Fé dá a Fé e o Senhor usa com sucesso a dor com a alegria para conduzir todos os seus filhos.

     Coragem e Fé, meus filhos!

Mensagem recebida pela Srta. Collignon, médium



[1] “O Problema da Justiça de Deus e do Destino do Homem” – J.Chapelot – 2005, Madras Editora Ltda.

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