sexta-feira, 1 de novembro de 2019

NOSSAS COMPANHIAS[1]



Miramez

Os Espíritos veem tudo o que fazemos?
‒ Podem vê-lo, pois estais incessantemente rodeados por eles. Mas cada um só vê aquelas coisas a que dirige a sua atenção, porque eles não se ocupam das que não lhes interessam.
Questão 456/O Livro dos Espíritos

Os Espíritos podem ver o que os encarnados fazem, se derem atenção aos fatos. Há Espíritos indiferentes às ações dos homens, que procuram sempre o que lhes satisfaça, no entanto, existem aqueles que se assemelham aos próprios homens e que gostam de assistir aos malfeitos dos semelhantes e propagá-los. Assim são os Espíritos deste mesmo naipe: observam os encarnados e tomam o tempo necessário para anotações dos malfeitos dos que eles cercam, alimentando seus interesses inferiores de maledicência. Mas, há também os bons Espíritos que acompanham as criaturas, anotando a caridade que essas fazem, e as estimulam para que continuem a fazê-la, melhorando, assim, seu padrão espiritual.
A criatura está sempre rodeada de testemunhas espirituais. Os Espíritos nobres que acompanham seus tutelados estimulam as reformas interiores, inspiram-nos para a caridade e fazem com que eles lembrem dos grandes vultos da humanidade, pelos seus exercícios de amor à grande causa da verdade.
As classes dos Espíritos são numerosas, como certamente são as dos homens que vivem sob o peso da carne. Cada criatura pertence a uma escala espiritual de vida, e tem a educação compatível com o seu tamanho espiritual. É neste sentido que a Doutrina Espírita convida todos os encarnados para melhorarem seus sentimentos, no sentido de que as companhias do mundo espiritual possam se modificar para melhor. Somente somos atraídos para os nossos semelhantes, e somente atraímos o que vibramos por dentro. Não podemos esconder o que somos. Os nossos pensamentos falam em linguagem que os mais elevados escutam, e conhecem, assim, nosso estado mental.
Também os Espíritos fora da carne têm suas companhias espirituais, que às vezes não percebem. Eles participam dos nossos pensamentos na sutilidade da vida, e sabem nos dar as respostas das nossas indagações. Se somos inferiores, certamente que ficamos envolvidos em ondas de baixa vibração; se superiores, somos defendidos pelas nossas atitudes no amor universal, que alimentamos e desprendemos para todos os rumos da vida.
Quem deseja encobrir a verdade e esconder os seus fatos inferiores, está enganando a si mesmo e, muito pior, querendo enganar Deus. Nada fica em segredo com a natureza; tudo vem à tona, na expressão de luz, pelas leis de Deus. Mesmo que conseguíssemos enganar os Espíritos que nos rodeiam, não adiantaria, porque tudo o que fazemos ou pensamos é gravado pela consciência, que depois o irradia em todas as direções do universo.
A Doutrina dos Espíritos tem a sabedoria que estende até onde se encontram Espíritos de todos os tipos, de todas as classes a propagá-la. Quando descobrimos essas verdades, passamos a melhorar a nós mesmos, sem cogitar dos malfeitos alheios, e a vida passa a nos interessar onde a esperança alimenta a alegria de viver. Com Jesus, nós começamos a nos interessar somente pelo bem da humanidade, e, se nós somos parte dela, certamente que esse bem nos atingirá.




[1] Filosofia Espírita – Volume 9 – João Nunes Maia

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