domingo, 20 de setembro de 2015

ESPIRITISMO E MAÇONARIA[1]





Edson Rocha

O Espiritismo é uma Doutrina que se preocupa com o destino do homem, codificado por Allan Kardec, que em 18 abril de 1857 lançou em França O Livro dos Espíritos, livro este que foi totalmente orientado pelos Espíritos.
Esta Doutrina trouxe a toda humanidade o conhecimento espargido em todo o globo, sobre o mundo Espiritual e o caráter da universalidade da lógica da Reencarnação.
A “Word Christian Enciclopédia” da Igreja Anglicana da Inglaterra, editada pela Universidade de Oxford diz o seguinte: “500 pesquisadores e 121 consultores, depois de visitarem 212 países, concluíram em 100 relatórios que, no ano de 2000, a população da Terra alcançaria 6.260.000.000 de habitantes, e que 2/3 dessa população, isto é, cerca de 4.000.000.000 de pessoas, seriam reencarnacionistas”.
Desta forma os conhecimentos trazidos pelos Espíritos e concatenados por Kardec, mostraram que, o homem deveria preocupar-se com a sua evolução aqui neste planeta e que deveria mudar seu comportamento para melhor, e que aqui é que estaria a sua grande oportunidade.
Estes conhecimentos vêm nos trazer, as certezas que o homem não deveria esperar pelo céu dos anjos, após a morte, pois isso não existe, é uma utopia, e todos os homens sem distinção devem polir a sua pedra bruta enquanto está aqui.
Pestalozzi, no século dezoito, num de seus livros mais brilhante, “Minhas indagações sobre a marcha do desenvolvimento da humanidade” expõe uma concepção filosófica interessante, que cabe neste texto, apenas para ilustrar os tipos de homens que temos na sociedade contemporânea.
Ele teoriza os três estados como se fossem etapas da evolução do homem e a criança os repete em seu desenvolvimento. Trata-se do estado natural, estado social e estado moral.
O estado natural seria o nível dos instintos, dos impulsos básicos de sobrevivência, estado esse que, compartilhamos com os animais e ao qual estamos mais presos na infância psíquica da humanidade. Tanto o homem primitivo quanto a criança, em sua primeira fase, vivendo mais pelo instinto. Mas o ser humano em geral guarda ainda um vestígio instintivo.
O estado social é aquele em que entramos no momento de nossa socialização, que se dá desde os primeiros agrupamentos humanos e também nas primeiras relações da criança com o seu meio.
Este estado se perpetua, porque o ser humano é um ser social, precisando viver com os seus pares. Para essa convivência, criam-se regras, produzindo costumes, fazem-se leis.
Regras, leis e costumes são mutáveis. Há que se conter, limitar e orientar o homem.
Neste caso cria-se o conflito, porque a regra segura o impulso, mas não o transforma.
Do atrito entre a lei e o instinto entre a regra e o desejo, entre a convenção e o impulso, podem surgir neuroses, desajustes individuais e sociais, ocasionando guerras e revoluções.
O estado moral seria aquele que, além do estado instintivo e social, o ser tem um status moral, que quando despertado, não há necessidade de regras que controlem os instintos, de convenções que imponham limites e punam os infratores.
No estado moral vigora a liberdade do amor, a espontaneidade do bem. Transcende-se o instinto e a lei, não há mais a escravidão aos desejos.
É o plano da autoconstrução onde o homem terá um conceito de religião moral, destituída de qualquer igrejismo, institucionalismo e autoritarismo.
A religião do ser moral é a pura moralidade, ligação direta do homem com a divindade, sem a necessidade de intermediações.
Há muita similitude entre a Maçonaria e o Espiritismo, primeiro o Espiritismo foi aceito por muitos Maçons, pelo fato de estar na França e tanto a Maçonaria quanto o Espiritismo são considerados hereges pela Igreja Católica, ambas sendo perseguidas por ela, até os dias de hoje. Os preceitos éticos e morais da Maçonaria estão presentes nos preceitos éticos e morais no Espiritismo.
Outro fato interessante é que, aqui no Brasil, houve uma época em que foi ventilada a formação de uma Maçonaria Espírita, tamanha era a quantidade de Espíritas Maçons no Grande Oriente do Brasil.
Muito se fala se Allan Kardec foi Maçom, embora não há ainda documentos que comprovem tal fato, mas, lendo seus livros percebe-se que há muitos pensamentos oriundos da Maçonaria, bem como o linguajar.
Na revista Espírita de abril de 1864, têm várias mensagens recebidas por médiuns em reuniões feitas com diversos maçons, em uma destas mensagens está uma que foi do grande mártir dos Templários, Jacques de Molay. Aqui relato apenas um trecho.
No século dezenove o Espiritismo vem, com seu facho luminoso, dar a mão aos Comendadores, aos Rosacruzes e com voz trovejante lhe diz: “Vamos meus irmãos; eu sou verdadeiramente a voz que se faz ouvir no Oriente e à qual o Ocidente responde: Glória, honra e vitória, aos filhos dos homens".
Ainda alguns dias, e o Espiritismo terá transposto o muro que separa a maioria da parede do templo dos segredos; e, nesse dia, a sociedade verá florescer no seu seio a mais bela flor espírita que, deixando suas pétalas caírem, dará uma semente regeneradora da verdadeira liberdade.
O Espiritismo fez progressos, mas no dia em que tiver dado a mão à Franco-Maçonaria, todas as dificuldades estarão vencidas, todos os obstáculos retirados, a verdade estará esclarecida e o maior progresso moral será realizado e terá transposto os primeiros degraus do trono, onde em breve deverá reinar”.
Quando Allan Kardec morreu em março de 1869, foi sepultado no cemitério Montmadre em Paris, depois de um ano seus restos mortais foram transferidos para um novo cemitério, o Pére Lachaise, construído em Paris, o terreno foi uma doação feita pelo Marquês de Montesquieu que era Maçom. O arquiteto do túmulo de Kardec foi Brongniart, também Maçom.
Outro grande Maçom que foi considerado o “Apostolo do Espiritismo” em todo o mundo, nasceu em França e foi contemporâneo de Allan Kardec, estou me referindo a Léon Denis, o grande orador, tanto no Espiritismo quanto na Maçonaria.
Suas palestras eram concorridas, foi várias vezes orador da Loja Demofilos, no Grande Oriente de França.
Veja meus irmãos a Maçonaria e o Espiritismo têm similitudes claras que não devemos ignorar, apesar da Maçonaria não ter ligação com qualquer religião, poderíamos dizer que o Espiritismo também não é uma religião e como a Maçonaria é uma instituição Religiosa.

No link abaixo, palestra completa de Divaldo Franco sobre a Maçonaria:



[1] http://espiritoverdade.com.br/?p=324

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